Uma operação deflagrada na manhã desta segunda-feira (27) combate o crime de pornografia infantil no Rio Grande do Sul. A ofensiva chamada de Infância Protegida II cumpre 16 mandados de busca e apreensão em oito cidades gaúchas: Porto Alegre, Esteio, São Leopoldo, Viamão, Caxias do Sul, Passo Fundo, Ipê e Rio Pardo.
Até as 10h, cinco pessoas haviam sido presas em flagrante por armazenar material contendo pornografia infanto-juvenil. Os presos têm entre 30 e 60 anos, são de classe média alta e foram detidos em Porto Alegre, Ipê, Rio Pardo e Esteio. Também foram apreendidas armas e pequena quantidade de droga.
Um sexto homem também foi preso em flagrante, mas por manter dinheiro falso em casa. Ele também é suspeito de armazenar imagens contendo pornografia.
Agora, o Departamento da Criança e do Adolescente (Deca) e a Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente Vítima (DPCAV), com ajuda do Instituto-Geral de Perícias (IGP), vão tentar identificar se os detidos também compartilharam o material e se cometeram outros crimes no passado, como estupro.
— É importante a ajuda que o IGP nos dá, porque só o crime de armazenamento é passível de fiança. Se conseguirmos identificar que essas pessoas também compartilharam as imagens, elas não poderão ser liberadas. O inquérito policial segue, como já seguiu depois da primeira fase da operação — afirmou a delegada Adriana Regina da Costa, responsável por coordenar a ação.
Alguns dos presos foram encontrados a partir da primeira fase da investigação, por meio de redes de compartilhamento. As imagens eram repassadas na chamada“deep web”, uma área da internet difícil de ser acessada. Nos computadores apreendidos, a polícia encontrou imagens de crianças e de bebês de dois anos. Não se sabe se as crianças são brasileiras ou não.
— Este é um trabalho de investigação qualificado, com técnicas modernas de rastreamento. Fica o alerta de que a Polícia Civil tem uma investigação qualificada e que os criminosos não ficam no anonimato, mesmo quando os crimes são cometidos pela internet — alertou a delegada Andrea Magno, que também participa da operação.
A primeira fase da operação, em fevereiro, teve três presos e seis mandados de busca e apreensão cumpridos no Estado. Até julho deste ano, 53 pessoas foram presas por estupro de vulnerável em Porto Alegre.