Após 21 dias da chacina com oito mortos em Viamão — ataque com o maior número de vítimas no século na Região Metropolitana —, a Polícia Civil ainda aguarda laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) para concluir a investigação sobre o crime. A delegada responsável pelo caso, Caroline Jacobs, afirma que este é o único entrave para que o documento seja entregue ao Judiciário.
De acordo com Caroline, o mais aguardado laudo é o de balística — que comprova quais foram as armas e o registro da munição usada no crime. Outros, como o dos corpos, já chegaram na Delegacia de Homicídios. Os documentos — exames balísticos, de digitais e dos corpos — são considerados provas mais consistentes em uma investigação do que depoimentos de testemunhas. Por isso, a polícia os trata como essenciais.
Mais de 20 testemunhas já foram ouvidas e a motivação, segundo a polícia, já foi esclarecida, assim como suspeitos identificados. No entanto, a delegada ainda trata com sigilo o detalhe sobre o que levou os atiradores a agir.
— Apuramos vários fatores que levaram ao crime e todos são motivos relacionados às vítimas. Não é a disputa entre facções do tráfico de drogas, mas algo localizado no bairro — comenta a delegada.
O prazo do inquérito termina no dia 18 de julho. A polícia espera que consiga concluir o documento antes da data, sem ser necessário pedir a prorrogação ao Judiciário.
A maior chacina do século
As vítimas da maior chacina do século na Região Metropolitana, segundo balanço da Editoria de Segurança do Grupo RBS, são quatro mulheres e quatro homens assassinados entre as 23h30min e a meia-noite de 18 de junho.
Na Rua Guarapari foram mortas três pessoas: Douglas da Costa Orguin, 19 anos, Stefânia Carvalho da Silva, 20, e Greice Kelly da Mota Jorge, 28. Douglas e Stefânia não tinham antecedentes criminais. Já Greice já tinha passagens por tráfico de drogas.
Na Rua Professor de Freitas Cabral, outras três pessoas foram mortas: Graziela da Silva Santos, Cintia Fogaça dos Santos e Frank Bruno.
Já na Rua Araranguá foi morto um homem, reconhecido como Claudio Roberto Gonçalves, 38 anos. Um oitavo homem foi encontrado morto no Arroio Feijó, bem próximo do local, e ainda não teve o nome revelado pela polícia