Cinco pessoas foram encontradas mortas em um apart-hotel em Canasvieiras, no norte de Florianópolis, na madrugada desta sexta-feira (6). Segundo a Polícia Militar catarinense, seis pessoas foram feitas reféns, sendo quatro da mesma família. Uma funcionária do hotel conseguiu fugir e acionar a PM. A princípio a causa da morte teria sido asfixia.
— Tudo indica que foi acerto de contas, eles deixaram inscrições nas paredes de uma facção de São Paulo. Essas são as informações iniciais — explica o tenente-coronel Marcelo Pontes.
As vítimas foram identificadas pela PM como Paulo Gaspar Lemos, Leandro Gaspar Lemos, Paulo Gaspar Lemos Junior, Katia Gaspar Lemos e Ricardo Lora. Segundo informações iniciais, os cinco residiam no apart-hotel e eram de São Paulo, mas moravam na capital catarinense há cerca de 10 anos. Não houve registro de disparo de arma de fogo.
Conforme a PM, três homens teriam invadido o Daytona Beach Residence por volta das 16h de quinta-feira (5) e teriam permanecido no local até a meia-noite. Ainda segundo a PM, os cinco corpos foram encontrados amarrados cada um em um quarto do apart-hotel.
Por volta das 7h desta sexta-feira, o local estava fechado e nenhum morador foi encontrado. Não havia fitas de isolamento e luzes estavam acesas em alguns apartamentos. Segundo a PM, nenhum suspeito foi localizado até o momento.
Violência em Florianópolis
As cinco mortes na noite de quinta-feira em Canasvieiras, no Norte da Ilha, foram marcadas por atos de crueldade dos criminosos. As vítimas foram mantidas reféns por oito horas e depois amaradas. As polícias ainda tentam identificar a motivação dessa chacina que abalou a cidade. As marcas de uma facção paulista nas paredes abrem um caminho de investigação, mas também serão analisadas como uma tentativa de desviar o foco dos policiais. Quatro dos mortos eram da mesma família, que veio de São Paulo.
Em 2017, o Norte da Ilha foi a região que mais registrou assassinatos na Capital. Neste ano, entretanto, os índices caíram 45%. A chacina em Canasvieiras rompe essa queda nos números e traz novamente o alerta para as polícias sobre o confronto entre facções criminosas na cidade. Em 2017, foram pelo menos duas chacinas motivadas pela disputa por pontos de drogas. Já em fevereiro deste ano, três homens foram assassinados na área Continental pelo mesmo motivo.