Uma das vítimas da chacina que deixou cinco mortos em um hotel de Florianópolis (SC) na última quinta-feira (5) era natural de Caxias do Sul. Ricardo Lora, 39 anos, morava há pouco mais de um ano na capital catarinense, para onde foi em busca de trabalho. Há cerca de nove meses, vivia em Canasvieiras, no norte da ilha de Santa Catarina, onde fica o hotel Venice Beach Residence.
De acordo com o irmão, Rodrigo Lora, Ricardo disse que atuava no hotel, embora não tivesse entrado em detalhes com os familiares. Nos últimos meses, o contato dele com a família era menos frequente.
— Sabíamos que ele trabalhava lá, mas não sabíamos qual era a função. Falávamos pouco com ele. Nós trabalhando aqui e ele lá, fica difícil o contato. Muito das informações que temos soubemos pelas notícias. Como ainda está em investigação, a polícia não diz nada - relata o irmão.
Ainda segundo Rodrigo, nos poucos contatos, Ricardo nunca manifestou insatisfação em viver em Florianópolis ou desejo de voltar para Caxias. Na cidade natal, trabalhou por anos como vendedor, principalmente em lojas de roupas.
— Ele foi para lá tentar uma vida melhor. A situação estava difícil. Ainda está difícil — afirma Rodrigo.
A família que era proprietária e moradora do hotel foi rendida e feita de refém quando chegava em casa, acompanhada de Ricardo. Eles foram identificados como Paulo Gaspar Lemos, 78 anos, Leandro Gaspar Lemos, 44, Paulo Gaspar Lemos Junior, 51, e Kátya Gaspar Lemos, 50. Segundo informações preliminares, as mortes foram por asfixia.
A Polícia Civil já localizou dois veículos supostamente usados pelos criminosos e busca imagens de câmeras de segurança nas proximidades. Nesta segunda-feira (9), os investigadores se concentram na análise de documentos, imagens e testemunhos já coletados.
Ricardo foi sepultado na tarde de sábado no cemitério de São Marcos da Linha Feijó, no interior de Caxias do Sul. Além do irmão, ele deixa os pais e uma filha de 10 anos.