O projétil que matou o inspetor Leandro de Oliveira Lopes, 30 anos, partiu de um fuzil calibre 5.56, conforme exame concluído pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP). O outro exame feito, de comparação entre o projétil retirado do corpo e as armas usadas por policiais, não identificou entre elas o armamento do qual partiu o tiro. Na verdade, este segundo exame teve resultado inconclusivo.
Ou seja, a perícia não teve condições de afirmar ou descartar se o projétil partiu ou não de uma das armas periciadas. O trabalho foi feito pelo setor de Balística Forense do Departamento de Criminalística (DC) e já está com o delegado Marcelo Farias Pereira, que conduz o inquérito sobre a morte, ocorrida durante operação em Pareci Novo, no Vale do Caí. Conforme o chefe da Polícia Civil, delegado Emerson Wendt, o resultado reforça a suspeita inicial, ou seja, de que o inspetor foi morto por um disparo efetuado pelos criminosos durante a ação.
Lopes foi morto quando cerca de 20 policiais de Canoas e de Porto Alegre cercavam uma casa para prender um foragido.
Na ação, dois criminosos teriam reagido a tiros e, portanto, a versão imediata foi de que o inspetor fora atingido pelos bandidos. Mas a polícia não descartava a hipótese de fogo amigo, ou seja, de que o policial tivesse sido baleado por um colega por acidente, já que desde o começo havia indicativo de que o projétil retirado do corpo era mesmo de calibre 5.56, compatível com armas usadas pelos policiais.
Por isso, nove fuzis usados por agentes e delegados foram recolhidos para serem submetidos a perícia.
A microcomparação balística do DC não teve resultado conclusivo, ou seja, não foi possível afirmar ou descartar se o projétil partiu de uma daquelas armas analisadas. GaúchaZH apurou que não havia elementos suficientes para positivar, ou seja, para afirmar que o tiro saiu de uma das armas, mas tinha alguns elementos que evitaram descartar uma possível compatibilidade. Ou seja: a perícia foi inconclusiva para dizer se disparo partiu ou não de arma usada por policiais. Esse tipo de dificuldade no resultado pode ocorrer por causa de deformações do projétil.
O inspetor trabalhava para a Delegacia de Homicídios de Canoas, mas estava dando apoio à operação coordenada pela Delegacia Especializada de Furto, Roubos e Capturas (Defrec) do município. Também atuavam na operação policiais do Grupamento de Operações Especiais (GOE).