Em junho de 2017, um tiro na cabeça disparado por criminosos encerrou a trajetória de Rodrigo Wilsen da Silveira, 39 anos, que estava há cinco na Polícia Civil. Menos de um ano depois, Leandro de Oliveira Lopes teve a curta carreira de cinco meses na Delegacia de Homicídios de Canoas interrompida por um tiro disparado por criminosos durante o cumprimento de um mandado de prisão em Pareci Novo, no Vale do Caí.
Os detalhes do crime que vitimou o jovem policial de 30 anos nesta quarta-feira (2) ainda são desconhecidos. No entanto, a semelhança entre as duas mortes é que elas ocorreram durante operações policiais na tentativa de prender traficantes de drogas.
Para o presidente do Sindicato dos Agentes da Polícia Civil, Isaac Ortiz, falta planejamento nas operações policiais, além de preparo para atuar em situações de extremo risco.
— Esse agente não tinha nem um ano de serviço e já estava em uma operação como essa — critica Ortiz, ressaltando que, apesar de reconhecer a competência do colega, acredita que os policiais deviam ser melhor preparados.
Ortiz ainda ressalta que em ações com grande efetivo seria necessária a presença de uma ambulância, que ficasse à disposição para prestar os primeiros socorros.
— Deveria ter uma ambulância do Samu ou um pronto socorro próximo de sobreaviso, para que o atendimento fosse mais rápido. Isso poderia diminuir o número de óbitos — afirma.
Procurado por GaúchaZH para comentar as críticas de Ortiz, o chefe da Polícia Civil, Emerson Wendt, afirmou que, antes de assumirem as funções nas delegacias, os agentes passam por capacitação, na qual recebem orientações de primeiros socorros. Isso, segundo Wendt, auxilia na verificação da gravidade de eventuais ferimentos, e também para avaliar se é necessário o posterior encaminhamento a hospitais.
Wendt destaca também que o inspetor morto nesta quarta-feira participou de outra formação em 2012, quando ingressou na Brigada Militar, corporação onde atuou por cinco anos.
Sobre o planejamento das ações, o chefe de polícia informou que em geral são enviados entre cinco e seis policiais para cumprir mandados de prisão. Entretanto, após uma avaliação de risco, avaliou-se a necessidade do envio de aproximadamente 20 policiais na ação desta quarta-feira.