A Polícia Civil de Porto Alegre prendeu duas pessoas suspeitas de participação no vídeo que grava a execução de Paola Avaly Corrêa, 18 anos, desaparecida no domingo de Dia das Mães (13). A jovem teve o corpo encontrado quatro dias depois em um matagal na Vila Tamanca, após denúncia anônima.
A titular da 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, delegada Tatiana Bastos, informou que as prisões temporárias foram decretadas e o cumprimento dos mandados ocorreu no sábado (19). Não foram reveladas as identidades, onde ocorreram as prisões nem informações mais detalhadas sobre a abordagem aos suspeitos, pois ambos colaboram com as investigações e correm risco de vida.
— Dizer alguma coisa concreta neste momento pode atrapalhar e muito a investigação que, ao mesmo tempo, é muito complicada e delicada. O que temos até agora são informes, depoimentos informais de pessoas que ajudam a polícia a tornar o que eles falaram confiável — explica ela.
Segundo a delegada, na sexta-feira anterior ao crime, foi registrada entrada de Paola no Presídio Central para visitação. Lá, teria ocorrido discussão com o namorado e eles teriam terminado o relacionamento, conforme informações preliminares.
Ex-namorado, principal suspeito
De acordo com a Polícia Civil, o ex-namorado, principal suspeito de ordenar a execução de Paola teria atraído a ex-namorada ao Presídio Central no domingo de Dia das Mães, onde ela nem teria chegado a entrar.
— É possível que ela tenha chegado na frente do presídio, mas as câmeras não estavam funcionando. Assim, não há nenhum registro da passagem dela em algum local antes da morte. É esse hiato que estamos tentando reconstruir. Só sabemos, por enquanto, que ela não foi sequestrada dentro da cadeia — afirma a delegada Tatiana.
O que a polícia tem como confirmado, é que quatro pessoas participaram do crime, mas a atuação de cada um na execução da jovem, que teria chegado amarrada ao local, já com a cova preparada, ainda é desconhecida. As investigações também apontam que, após ter saído de casa, Paola morou com um familiar do então namorado durante quatro dos sete meses em que deixou os familiares.
Dizer alguma coisa concreta neste momento pode atrapalhar e muito a investigação que, ao mesmo tempo, é complicada e delicada.
TATIANA BASTOS
Delegada da Mulher
Por volta de 4h45min de domingo (13), Paola fez postagem no Facebook afirmando que seu ex-marido teria colocado foto sua em um grupo de troca de mensagens atribuído a traficantes de uma das maiores facções do Rio Grande do Sul. No texto, a jovem diz que "apanhava horrores" dele. A delegada não confirma se a morte teria relação com o que a a vítima escreveu, ou a motivação seria pela separação do casal.
— O que temos, inicialmente, é só uma discussão familiar, nada que indique realmente uma motivação para a ação — diz.