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A Justiça concedeu liberdade provisória sem o pagamento de fiança ao dono de uma carrocinha de cachorro-quente que foi preso por avisar sobre uma blitz da Brigada Militar no último domingo (13). O caso ocorreu no bairro São Jorge, em Novo Hamburgo. O homem, de 36 anos, deixou a carceragem da Delegacia de Pronto Atendimento (DPPA) na tarde de segunda-feira (14).
O comerciante, que não teve o nome divulgado, não tem antecedentes criminais e vai responder em liberdade pelo crime de atentar contra a segurança, com pena máxima de 5 anos. A delegada Marjani Simch, responsável por autuar o comerciante, diz que foi a primeira vez que teve que lidar com esse tipo de caso.
— Eu vi que em outros Estados o entendimento era pra autuar em flagrante. Por isso, optei por fazer o mesmo — disse a delegada.
O comandante da Brigada Militar de Novo Hamburgo, em entrevista ao Programa Gaúcha Atualidade, disse que as blitze são feitas regularmente na cidade para tentar reduzir os índices de criminalidade, principalmente os roubos de veículos. O tenente-coronel Marcio Uberti Moreira lembrou que, na noite de domingo, os policiais perceberam que após o início da blitz o movimento diminuiu significativamente. Em seguida, um dos PMs recebeu em um grupo de WhatsApp a mensagem com o aviso da blitz e identificou que havia sido enviada pelo dono da carroça de cachorro-quente. O comerciante alegou que havia enviado a mensagem para alertar apenas amigos e clientes.
O comandante ressalta que, no final de semana, as blitze resultaram em prisões e apreensões de drogas. Disse ainda que é hipocrisia divulgar os locais de blitze.
— Enquanto a sociedade for hipócrita nesse sentido de que desde que eu tenha vantagem não é crime, fica complicado. Nós tivemos, graças a essas barreiras, cerca de 20 prisões e quase 10 quilos de drogas apreendidos — disse o policial.
Ouça a entrevista com o comandante da BM em Novo Hamburgo