O alojamento dois do regime semiaberto do Presídio Estadual de Erechim, no Norte gaúcho, foi atingido por um incêndio na manhã desta quarta-feira (11). Conforme a Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), presos amontoaram colchões e atearam fogo ao local, por volta das 9h.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e chegou em cerca de 10 minutos ao local, conseguindo controlar as chamas rapidamente. Nenhum detento ou agente penitenciário ficou ferido.
Mesmo com a resposta rápida, a fumaça foi alta e gerou correria entre agentes. Por volta das 10h30min, ainda havia aglomeração de fuligem dentro do alojamento, que foi isolado para que peritos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) avaliarem o local.
Enquanto o local está isolado, 62 detentos são mantidos no pátio da instituição. Eles são apenados que, recentemente, tiveram a regressão do regime aberto para o semiaberto e ainda não possuem trabalho — por isso, passam o dia e a noite na cadeia. A Susepe garante que o clima nos últimos dias era calmo no alojamento, sem confusão entre detentos.
A diretora da cadeia, Solange Fuzzinato, diz que uma avaliação da estrutura do prédio deve ser feita ainda antes da autorização do retorno dos presos.
Incêndios em cadeias no RS
O incêndio em Erechim é o décimo em cadeias do Rio Grande do Sul em 2018, o sétimo em menos de um mês. Já há pelo menos seis detentos mortos em por causa das ocorrências.
Além do caso desta quarta, incêndios em presídios também foram registrados em São Francisco de Assis, Espumoso, Palmeira das Missões, Dom Pedrito, Osório, Carazinho, Canoas, Rio Grande e Sarandi.
Parte dos casos foi provocada por detentos para receber o benefício de saída temporária ou prisão domiciliar excepcional. Recentemente, o secretário de Segurança Pública, Cézar Schirmer, e o superintendente da Susepe, Ângelo Carneiro, manifestaram-se pedindo que o Judiciário conceda a regressão de regime para os responsáveis pelos incêndios.
— É um absurdo premiar quem comete um crime, seja dentro do presídio ou fora. No caso, se alguns presos colocaram fogo no alojamento, primeiro, dano material. Segundo, o dano humano — disse Schirmer, à época.