Juliano Vieira Pimentel de Souza foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de estupro de vulnerável (por ser menor de 14 anos) com morte e ocultação de cadáver. Ele confessou o rapto, estupro e morte da menina Naiara Soares Gomes, de sete anos, em Caxias do Sul. Juntamente com o fim do inquérito, foi solicitada à Justiça a prisão preventiva dele. Souza já está preso temporariamente.
Naiara foi raptada na manhã de 9 de março, quando ia a pé para a escola, na zona sul de Caxias do Sul. O corpo dela foi encontrado apenas na tarde de 21 de março, nas proximidades da represa do Faxinal. O local foi indicado pelo próprio autor confesso do crime.
O inquérito será, agora, analisado pelo Ministério Público (MP) que oferecerá ou não denúncia à Justiça. Se a análise do MP não for divergente daquela da Polícia Civil, o caso não irá a júri. No sistema judicial brasileiro, apenas crimes dolosos contra a vida vão a júri.
O delegado optou por não indiciar o homem por homicídio porque o laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) e o depoimento do homem apontaram que a morte aconteceu em decorrência do ato sexual. Naiara foi asfixiada e também teve uma fratura cervical.
— Comparando o que ele disse com o resultado do laudo, existe uma convergência, o que nos leva a interpretar que pela violência do ato sexual, o resultado da morte adveio disso. Obviamente que essa é a nossa interpretação, com base nesses fundamentos. Nada impede que o Ministério Público tenha uma interpretação divergente — afirma o delegado.
Estupro no ano passado
Além da morte de Naiara, o homem também foi indiciado pelo estupro de outra menina, em outubro do ano passado, também em Caxias do Sul. Foi justamente o depoimento dessa menina que levou a polícia até o paradeiro de Souza. A prisão temporária dele foi concedida pela Justiça com relação a esse crime.
Segundo o delegado Caio, a menina foi abusada sexualmente duas vezes. Na casa dele, e também antes de ser deixada pelo homem onde foi encontrada. Embora os crimes contra essa menina e Naiara estejam relacionados, foram feitos dois inquéritos. A polícia entregou os dois e, em ambos, representou pela prisão preventiva.
O delegado afirma ainda que, durante as investigações, não houve qualquer denúncia ou indício de que ele tenha feito outras vítimas. Souza deixou o Instituto Psiquiátrico Forense, em Porto Alegre, para onde foi levado para passar por uma avaliação. Nesta quinta-feira (5), ele voltou para o presídio da Região Metropolitana de Porto Alegre.