Dois homens e uma mulher foram mortos a tiros no bairro Lomba do Pinheiro, na zona leste de Porto Alegre, na manhã desta segunda-feira (19). Conforme a Polícia Civil, pelo menos quatro homens encapuzados e armados cometeram o crime em uma casa na Rua B, um beco na altura da parada 12 do bairro.
De acordo com a polícia, o casal Sabrina dos Santos Dias, 26 anos, e Cléber Mello Santos da Silva, 34 anos, foi morto dentro da casa onde moravam desde janeiro deste ano. O terceiro rapaz morto na chacina ainda não foi identificado. Ele aparenta, segundo a polícia, ter cerca de 18 anos. O jovem teria sido arrancado de uma peça nos fundos da casa e executado em frente ao imóvel com diversos disparos de pistola 9mm na cabeça.
— A mulher foi encontrada morta no sofá da sala e o homem na cozinha — relata o delegado Rodrigo Reis, que apura o crime pela 1ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Capital.
O primeiro chamado aos policiais ocorreu às 5h57min. De acordo com a Brigada Militar, a pessoa que ligou relatou apenas que ouvia de sua casa um tiroteio. Por volta de 6h30min, uma viatura chegou ao local e encontrou os corpos das três pessoas. Várias cápsulas de pistola 9mm deflagradas foram localizadas na cena do crime.
De acordo com o delegado Rodrigo Reis, o crime está ligado ao contexto do tráfico de drogas no bairro. O policial afirma que o Departamento de Homicídios tem identificado que, desde novembro de 2017, houve um aumento no número de assassinatos na Lomba do Pinheiro.
— É facção contra facção. Em regra, senão todos, os homicídios que têm acontecido por ali têm ligação direta com disputa pelo tráfico de drogas. Uma delas (facção) está tentando dominar todo o bairro e tem forçado a prática de homicídios contra os rivais. Só que há uma reação — explica o investigador.
O delegado também relaciona o crime desta madrugada com a chacina com cinco mortos ocorrida no final de 2017, também na Lomba do Pinheiro. Segundo ele, as cinco mortes foram cometidas por membros da facção que as vítimas de hoje provavelmente fizessem parte.
A casa onde aconteceu o crime foi abandonada cerca de cinco meses atrás, supostamente, como um efeito do confronto entre grupos rivais. O imóvel foi ocupado pelas pessoas mortas nesta madrugada em janeiro.
A Polícia Civil e o Instituto-Geral de Perícias estiveram no local colhendo vestígios que possam levar à identificação dos assassinos. Os agentes tentam identificar, também, se os criminosos usaram algum carro. Testemunha informaram que viram os criminosos entrando no beco a pé, mas a polícia não descarta que algum carro próximo estivesse preparado para a fuga.