A conclusão da Polícia Civil sobre o tiroteio que matou o estudante de Engenharia Mecânica Luiz Gustavo da Silva, 18 anos, e o cadeirante Jorge Luiz Rosa da Silva, de 25, em frente a uma festa em Gravataí, em agosto deste ano, é de que os atiradores agiram por motivo fútil. Conforme o delegado Felipe Borba, os bandidos estavam drogados e procuravam alguém com quem brigar.
— Estavam drogados e predispostos a arranjar confusão. A gente verificou que eles consumiram cocaína na festa, então estavam bem perturbados. Em determinado momento, eles resolveram começar a briga com a vítima fatal (Luiz Gustavo), dando uma garrafada na cabeça dele — resume o delegado.
Dois homens e um adolescente foram indiciados pela Polícia Civil. O trio chegou a ser preso dias depois do tiroteio após ser flagrado pela Brigada Militar com armas, mas foi liberado pela Justiça. Eles são, agora, tratados como foragidos pelo caso da boate. A polícia não divulga o nome deles, alegando que pode atrapalhar detalhes que ainda são apurados.
Inicialmente, a polícia acreditava que havia ocorrido uma briga dentro da boate Stage, onde vítimas e atiradores estavam antes do tiroteio. No entanto, após ouvir amigos e testemunhas, se descartou a possibilidade de uma desavença anterior.
Segundo o delegado, através de câmeras de segurança, ficou comprovado que o trio provocou o universitário, dando uma garrafada na cabeça dele. Borba conta que, depois, um dos bandidos foi até um carro estacionado próximo, pegou uma arma e atirou contra a vítima, que aguardava um carro de um aplicativo de transportes para ir embora. Um outro homem também apareceu atirando no mesmo sentido. Os tiros atingiram, também, o cadeirante, que morreu na hora.
Além das câmeras, a polícia também tem como prova contra os indiciados conversas em um aplicativo de mensagens. A investigação teve acesso ao aparelho após cumprir um mandado de busca e apreensão. Em uma conversa com amigos, um dos apontados como autores do crime orienta o comparsa a mentir no depoimento aos policiais. Na mesma conversa, os policiais encontraram um dos indivíduos confessando o crime:
"Trabalhador, mas azar, mexeu com os cara errado (sic)", debochou o suspeito.