A Polícia Civil desarticulou, nesta terça-feira (24), uma organização criminosa especializada no ataque a canteiros de obras de grandes construtoras em Porto Alegre e Canoas com o propósito de roubar principalmente materiais elétricos. A Operação Mãos à Obra, da Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Cargas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), cumpre 38 ordens judiciais, entre mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva e temporária.
Os mandados são cumpridos nos municípios de Porto Alegre, Viamão, Bom Princípio, Imbé e Canoas. Até as 10h, nove suspeitos já haviam sido presos, sendo oito com mandados de prisão e um autuado em flagrante. Foram também apreendidos quatro revólveres calibre 38, fios de cobre e uma camionete.
Conforme o delegado Alexandre Fleck, a organização vinha atuando há pelo menos dois anos, mas estava em evolução.
— À medida em que sentiam a impunidade, cometiam crimes mais ousados e com mais participantes — diz o delegado.
Os criminosos armados atacavam os canteiros e rendiam funcionários, roubando principalmente fios de cobre com alto valor de mercado e ferramentas usadas para a fase de instalação elétrica nas grandes obras. Foram pelo menos 14 roubos identificados, gerando prejuízo às construtoras de mais de R$ 2 milhões.
— É uma quadrilha bem estruturada, que possui caminhões, depósitos e empresas já para a venda de material roubado. Também foi identificado um enriquecimento dos líderes. Temos fotos deles em viagens e com veículos de luxo — diz o diretor de investigações do Deic, delegado Sander Cajal.
O líder da organização é apontado como sendo o proprietário de um empresa de reciclagem de metais, que comercializava o material roubado. Eberson Fogaça dos Santos, de 23 anos, foi preso durante a manhã no bairro Rubem Berta. Ainda segundo os investigadores, a organização contava com a participação de cerimoniais ligados a uma conhecida facção criminosa sediada na Vila Augusta, em Viamão.
— A tendência é que a ideia tenha partido do pessoal que tem o conhecimento do valor do cobre e de como fazer girar essa mercadoria. Porque o pessoal da execução (dos roubos) comete vários tipos de crimes. Alguns tem antecedentes por homicídios, tráfico e roubo. Então, eles foram angariados como mão de obra para praticar um determinado tipo de delito — avalia o delegado Alexandre Fleck, coordenador da operação.
Durante a ação em Viamão, um dos presos atirou contra os agentes, mas ninguém se feriu. O homem também responderá por tentativa de homicídio.