A Justiça de Alvorada condenou, nesta segunda-feira (28), o delegado Eduardo Luiz Correia de Moraes a 17 anos e nove meses de prisão e perda do cargo na Polícia Civil. Na mesma ação, os policiais civis Aurino Ezequiel Medeiros de Almeira e Carin dos Santos Richter foram condenados a 14 anos, seis meses e 18 dias e a 11 anos, 11 meses e 12 dias, respectivamente.
Eles eram acusados pelo Ministério Público por liderarem um esquema de extorsão do pagamento de fianças na Delegacia de Pronto-Atendimento de Alvorada, na Região Metropolitana.
Também acusados de fazerem parte do esquema, a advogada Graziele da Silva foi condenada a 14 anos, seis meses e 18 dias, o ex-policial militar Antonio Vergílio Fortes Martins, a 14 anos e nove meses, e Valdeci João de Oliveira a três anos e seis meses de reclusão.
Leia mais
Advogada suspeita de participação em esquema de propina se entrega
Propina a policiais garantiu liberdade a presos por crimes inafiançáveis
A sentença determinou que Eduardo Moraes e Antônio Martins não poderão recorrer em liberdade. Com isso, ainda na noite de segunda-feira o delegado se apresentou ao Grupamento de Operações Especiais (GOE). Os demais condenados poderão ingressar com recursos fora da prisão.
Em junho do ano passado, o caso veio à tona, com a Operação Depuração, desencadeada pela Polícia Civil e pela Promotoria de Combate à Lavagem de Dinheiro e Organização Criminosa. Conforme a investigação, a cada plantão na DPPA de Alvorada, a equipe comandada pelo delegado Eduardo Moraes lucrava de R$ 2 mil a R$ 5 mil com o desvio de valores cobrados de pessoas que eram presas em flagrante.
Além disso, a denúncia do MP ainda considerou que os agentes consultavam indevidamente o sistema restrito à segurança pública para verificar se determinado veículo poderia ser indevidamente restituído, clonado ou adulterado, bem como avisavam a terceiros sobre eventuais investigações policiais em andamento.
Os fatos demonstrados na operação aconteceram na DPPA, pelo menos, entre março e junho de 2016. Os réus também respondem a uma ação civil pública por atos de improbidade administrativa.
A reportagem está tentando ouvir os envolvidos.