A Polícia Civil realizou, na manhã desta quarta-feira, uma operação que desarticulou uma quadrilha que aplicava golpes em clientes de operadoras de cartão de crédito no Rio Grande do Sul e em São Paulo. O delegado Hilton Müller Rodrigues, titular da 3ª Delegacia de Polícia (DP) de Porto Alegre, responsável pela investigação, apura os crimes de estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
A Operação Privilege reuniu 50 policiais nos dois Estados para cumprir 12 mandados de prisão temporária de integrantes do grupo e 11 de busca e apreensão em Porto Alegre, Viamão e na cidade de São Paulo. Ao todo, 29 vítimas foram identificadas. Elas foram lesadas em R$ 422 mil. Ao todo, três pessoas foram presas em São Paulo e cinco no Rio Grande do Sul.
Veja a quadrilha em ação:
O golpe ocorria por meio de contato por telefone com clientes de operadoras dos cartões Visa e Master em Porto Alegre. Em São Paulo, os criminosos se passavam por funcionários da central de segurança das empresas. Eles informavam que uma compras não havia sido realizada e que precisavam seguir as instruções para resolver o problema.
Em vídeo, delegado explica como funcionava o esquema:
Leia mais:
ÁUDIO: Interceptação telefônica revela como quadrilha aplicava golpe do cartão
Como criminosos aplicavam golpes de SP nos cartões de vítimas de Porto Alegre
Como eram divididas as tarefas na quadrilha que aplicava golpes nos cartões
Um dos procedimentos consistia em digitar a senha do cartão no teclado do telefone, para, logo em seguida, inutilizar o mesmo, mas sem danificar o chip. Depois disso, o cliente deveria escrever uma carta de próprio punho contestando a compra e entregar a um agente de segurança um envelope contendo a carta e o chip. Na verdade, esses agentes eram integrantes gaúchos da organização criminosa.
Confira imagens da ação policial
Os investigados utilizavam o chip do cliente enganado em um novo cartão, confeccionado pelo próprio grupo criminoso. Com esse cartão falso e com a senha repassada através do contato telefônico, os suspeitos passavam a realizar compras no comércio e a fazer saques bancários, causando prejuízos às vítimas.
O delegado Müller verificou ainda que alguns suspeitos paulistas se deslocaram para Porto Alegre somente para fazer compras e sacar dinheiro em agências, retornando posteriormente. Os gaúchos eram responsáveis por pegar o chip dos cartões das vítimas e repassar informações privilegiadas para o restante do bando. Entre elas, o nome completo dos clientes das operadoras, o endereço residencial e o telefone fixo.