Quando entrou correndo na casa de apostas da Galeria Parobé, no Centro Histórico de Porto Alegre, Adriano Camargo Martins, 43 anos, foi morto por um criminoso que assaltava o estabelecimento às 13h20min desta segunda-feira. Funcionário do estabelecimento, Martins descansava na parte externa da galeria quando viu uma movimentação estranha no interior da loja. Ao dirigir-se à porta e deparar com o criminoso, foi alvejado uma única vez no peito. Em cima da porta ensanguentada há uma câmera de vigilância que pode ajudar a polícia a identificar o bandido.
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Praticamente em frente à casa de apostas de corrida de cavalos online há uma lancheria. No momento do crime, havia muitas pessoas comendo no local. As lojas, que ficam nos arredores, também estavam movimentadas e essa aglomeração de pessoas se transformou em correria após o disparo. Dolcina Silveira, 60 anos, estava dentro de seu estabelecimento, a cerca de 10 metros da casa de apostas.
– Estava sentada no meu cantinho e ouvi um estouro. Achei que um botijão de gás tivesse estourado. Quando me levantei, vi ele (Martins) deitado. Tinha muita gente na galeria. Muitos fazendo lanche. Todos saíram correndo. Foi assustador – contou a empresária.
Conforme a delegada Cristiane Ramos, titular da 17ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, o criminoso teria se assustado com a presença de Martins antes de alvejá-lo e de sair correndo em direção à Avenida Júlio de Castilhos. No trajeto, o assaltante passou por pelo menos outras duas câmeras. Algumas imagens já estão em poder da Polícia Civil, que trata o caso como latrocínio (roubo com morte).
– De acordo com os relatos que colhemos, o assaltante foi até o caixa e pediu o dinheiro. Teria dito que se alguém se mexesse, atiraria. Enquanto isso, alguns clientes foram saindo discretamente. Não sabemos ainda se o Adriano viu o ladrão ou se foi alertado por alguém sobre o assalto – detalhou a delegada.
Segundo a policial, novas testemunhas serão interrogadas ao longo da semana para tentar chegar à autoria do crime e identificar se há mais pessoas envolvidas. Por enquanto, não há suspeitos. Conforme o advogado do estabelecimento, Adriano Costa, o criminoso fugiu sem levar nada.
Vítima trabalhava havia 15 anos no local
Este é o sétimo latrocínio do ano na Capital. Conforme levantamento da editoria de Segurança dos jornais Diário Gaúcho e Zero Hora, no mesmo período de 2016, Porto Alegre registrou seis roubos com morte. Na Região Metropolitana, o número de latrocínios chegou a 14 em 2017, diante dos 11 do ano passado.
Funcionário da casa de apostas havia 15 anos, a vítima, conforme relato dos proprietários à Polícia Civil, fazia serviços bancários e, eventualmente, trabalhava no caixa. O advogado disse que Martins era segurança do local. Em sua ficha criminal consta envolvimento com jogos de azar. Conforme a delegada, os donos disseram que o estabelecimento tem licença de funcionamento, o que deve ser analisado pela polícia nos próximos dias.