As mortes de dois detentos no Presídio Estadual de Sarandi, no Norte do Estado, durante uma rebelião na manhã desta quinta-feira mais uma vez escancarou o problema da superlotação dos presídios. A casa prisional abriga atualmente 169 detentos para uma capacidade de 101 vagas.
– Infelizmente esse é o cenário de toda a nossa região e do Estado. A superlotação torna qualquer conflito um problema muito maior e com mais gravidade. A superlotação aflora os conflitos – avalia o delegado regional da 4ª Região da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), Rosalvaro Portela.
Alex Francisco Costa e Angelim Carvalho teriam sido mortos em virtude de uma briga entre presos que teria se originado em uma rixa de famílias da cidade. Foram mortos dentro da cela que tinha 12 presos, quando a capacidade do local era para apenas seis.
Foi a segunda rebelião com mortes no Norte do Estado em pouco mais de um mês. No final de dezembro, quatro presos morreram no Presídio de Getúlio Vargas. Naquela ocasião, os presos atearam fogo a colchões e as vítimas morreram ao respirarem a fumaça em uma das galerias também superlotada.
Naquela região, a capacidade prisional é para 1.980 vagas, mas atualmente são 3.100 presos. De acordo com Portela, não há perspectiva imediata de criação de novas vagas.
– Estamos negociando para ampliações em Espumoso e Palmeira das Missões – diz.
A ideia é criar 50 novas vagas em cada um dos presídios, mas ainda não há obra nenhuma nesse sentido. Da mesma forma, há intenção de construir a cadeia pública feminina em Passo Fundo com capacidade para 384 presas. Mas o projeto ainda está em fase de negociações.