A 7ª Vara Federal de Porto Alegre condenou um corretor da bolsa de valores e o presidente da empresa Mundial S/A por fraude no mercado de capitais. A sentença determinou que os dois paguem multas que superam os R$ 3 milhões. O caso ficou conhecido na época como "Bolha do Alicate", numa referência a um dos produtos fabricado pela Mundial.
Inicialmente, o Ministério Público Federal havia entrado com ação contra 10 pessoas, alegando que elas estavam adulterando o mercado, através de informações privilegiadas. De acordo com a denúncia, o crescimento no valor dos papéis teria iniciado em maio de 2011, caindo abruptamente, cerca de 91%, em julho.
Entre os envolvidos, estava uma jornalista especializada que divulgava matérias com a intenção de gerar confiança nas estratégias da empresa. Um corretor também foi responsável por emitir ordens de compra de ações.
O corretor foi condenado a três anos e nove meses de reclusão e multas de R$ 2,3 milhões. O presidente também foi condenado à reclusão e pagamento de multa. As penas de prisão foram convertidas para prestação de serviços. Ainda cabe recurso da decisão.
Em nota, a empresa afirma que nenhuma ilegalidade foi praticada:
"A decisão, a nosso ver, consagra uma flagrante e pesada injustiça. Nenhuma ilegalidade foi praticada pela Diretoria da Companhia. Além disso, ninguém menos que seu Diretor-Presidente, Michael Ceitlin, foi quem, em primeiro lugar, alertou a própria Bolsa de Valores a respeito dos fatos. Assim confiamos respeitosamente que as instâncias superiores, com serenidade e isenção, corrigirão tal equívoco quando do julgamento do recurso que será apresentado."