Mais de dois anos depois da morte de Madalena Dotto Nogara, 55 anos, em 22 de julho de 2014, o juiz aposentado Francisco Eclache Filho, marido de Madalena e autor confesso do assassinato, foi sentenciado a ir a júri popular. A juíza de Restinga Seca, onde aconteceu o crime, Juliana Tronco Cardoso, já havia acatado a denúncia e pronunciou o réu, na último dia 13, por homicídio duplamente qualificado. As qualificadoras são por motivo fútil, por conta de ciúmes, e recurso que dificultou a defesa da vítima. A qualificadora de motivo torpe foi afastada. Cabe recurso da decisão, por isso ainda não dá data para o julgamento.
Eclache, que é natural de Minas Gerais e atuava no Tribunal de Justiça daquele Estado, confessou ter matado Madalena com quatro tiros, na cabeça, nas costas e no peito, mas disse terem sido acidentais. Ele foi preso no dia seguinte, em Osório, após sair da pista com o carro que conduzia. A intenção dele era ir para Minas Gerais. O crime aconteceu 54 dias depois de os dois efetivarem a união estável. Eles haviam se conhecido um ano antes pela internet.
Na denúncia, o promotor de Justiça de Restinga Seca, Sandro Loureiro Marones, afirma que Eclache tinha ciúmes doentio de Madalena, inclusive limitando o contato dela com outras pessoas. Por isso, o motivo fútil. O juiz aposentado está preso desde o dia 23 de julho de 2014. Ele teve a liberdade provisória e um habeas corpus negados.
– Obtivemos a pronúncia por homicídio duplamente qualificado. Já esperávamos o afastamento do motivo torpe. Estamos com o sentimento de dever cumprido, mas ainda estamos na expectativa do júri para que a Justiça seja feita como se deve – afirma o promotor.
O Diário tentou contato com o advogado da família de Madalena, Bruno Seligman de Menezes, que atua como assistente de acusação, e com o advogado de Eclache, Roger Alves da Rocha, no entanto, nenhum deles atendeu às ligações.