A perícia encontrou, nesta quarta-feira, uma carteira de identidade entre os vestígios de um assalto ocorrido durante o fim de semana a uma agência do banco Banrisul em São José do Norte, zona sul do Estado. A investigação irá apurar se o documento foi esquecido ou deixado de propósito.
A suspeita da polícia é de que os criminosos, em um grupo de cinco pessoas, tenham ficado pelo menos dois dias inteiros - sábado e domingo - dentro da agência. Pelos fundos do prédio, onde quem utilizasse o auto-atendimento não poderia enxergar, eles teriam entrado através de uma janela que dá acesso à sala do cofre central. Com ferramentas, eles cortaram as portas e grades que serviam como obstáculo à ação.
Como o banco não dispõe de câmeras de segurança, o delegado Leandro Amaral não pôde cravar o período exato em que o grupo permaneceu na agência. O monitoramento do banco - que já foi arrombado outras três vezes - é feito por meio de um sistema térmico, o qual os ladrões conseguiram burlar e impedir que o alarme tocasse (o titular da Polícia Civil prefere não divulgar como, para não atrapalhar as investigações).
De acordo com a perícia, foi constatado que o cofre estava cheio de furos, mas não chegou a ser aberto. O delegado afirma que os criminosos fizeram várias tentativas de destravá-lo, mas não conseguiram:
- Foi um crime frustrado. Eles devem ter tentado alcançar o conteúdo do cofre até o último minuto possível antes de as pessoas chegarem para trabalhar, na segunda-feira. Na correria para saírem, acabaram deixando pistas.
Além do documento de identidade, peças de roupa e ferramentas pequenas foram deixadas na agência. A polícia vai verificar as impressões digitais.
- Pode ser que a carteira de identificação seja uma pista fria. Vamos investigar. Se for, vamos atrás das quentes - diz o delegado.
O documento é de uma pessoa que já tem passagem pela polícia por posse de entorpecentes e lesão corporal, mas cujo nome e idade não foram divulgados pela polícia. A Civil acredita que o grupo que arrombou o banco seja subordinado a um bandido ainda mais perigoso, que comandou a ação mas não participou dela.