No dia 24 de abril, celebra-se o Dia Mundial da Meningite, doença que é uma infecção que afeta uma estrutura específica do sistema nervoso central: as meninges, três membranas que, entre outras funções, protegem o cérebro e a medula espinhal. Por acometer áreas muito sensíveis e que exercem atividades vitais para o funcionamento do organismo, a doença pode levar à morte ou provocar sequelas irreversíveis se não identificada e tratada da forma ágil e adequada.
Tipos
Há quatro agentes causadores: vírus, bactérias, fungos e parasitas. No país, cerca de 45% dos casos são causados por vírus e 33% são provocados por bactérias. As demais notificações são de casos não especificados ou causados por outros microrganismos.
Em relação aos tipos da doença, há diferentes sintomas e gravidade conforme o agente infeccioso, sendo os casos bacterianos os mais perigosos.
Vacinas
O método mais eficiente de prevenção de casos e surtos é a vacinação. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente vacinas para quatro dos tipos mais frequentes da doença, que devem ser aplicadas conforme o calendário de vacinação, todas durante a infância. Confira:
- Meningocócica C: protege contra a doença meningocócica causada pela bactéria meningococo C. Deve ser aplicada em três doses, a primeira aos três meses, a segunda aos cinco meses e o reforço entre o primeiro e o quinto ano de vida da criança.
- Pneumocócica 10-valente: protege contra as doenças causadas pelo Streptococcus pneumoniae, causador também da pneumonia. São três doses: uma aos dois meses, uma aos quatro meses e o reforço entre o primeiro e o quinto ano de vida.
- Pentavalente: protege contra as doenças causadas pelo Haemophilus influenzae sorotipo B, como meningite, difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Também em três doses, a primeira aos dois meses, a segunda aos quatro meses e a terceira aos seis meses.
- BCG: protege contra a meningite tuberculosa. É uma dose única, que deve ser aplicada no nascimento da criança.
Obs.: na rede privada, é possível buscar também a imunização contra o meningococo dos tipos A, B, Y e W.
Sintomas
Pacientes com meningite podem apresentar febre alta, dor de cabeça forte, rigidez na região do pescoço e dificuldade para movimentar a cabeça, manchas vermelhas pelo corpo, sonolência excessiva ou prostração e náusea, com vômitos. Em alguns casos, ainda podem ser observados estado de confusão mental, convulsões e hipersensibilidade à luz.
Em crianças de até cinco anos, que são o público mais afetado pela meningite, sinais como tensão ou elevação da moleira (parte mais macia da cabeça), inquietação, choro constante e gemido ao ser tocado servem de alerta para a busca por atendimento médico.
Em alguns casos, a pessoa contaminada pode não apresentar qualquer sintoma, mas ser portadora de algum microrganismo causador.
Transmissão
O contágio ocorre por contato de forma direta com alguém infectado ou portador do agente infeccioso. O microorganismo pode ser transmitido por meio da fala, gotículas de tosse ou espirro e saliva. Por isso, além da vacina, os principais meios para evitar a contaminação são manter as mãos sempre limpas, preferir ambientes arejados e sem aglomerações, higienizar as superfícies e não compartilhar objetos como copos e talheres.
No Brasil, é comum a ocorrência de surtos, quando há mais de três casos detectados em uma região durante um período de até três meses.
Tratamento
A forma de tratar vai depender de qual o microrganismo que está causando a doença, não havendo uma medicação específica para curar a meningite. Nos casos virais, em geral mais simples de serem administrados, é feito o tratamento sintomático, mas pode haver casos de internação e monitoramento até que o paciente esteja curado.
Nos casos mais complexos, que envolvem especialmente bactérias, mas também fungos e parasitas, o tratamento também passa por medicação antibiótica eficaz contra o agente.
Produção: Állisson Santiago