O medo ainda é uma das barreiras mais comuns quando se fala de cirurgia de catarata, sendo uma reação natural pela falta de conhecimento das novas técnicas e pela lembrança de relatos sobre experiências mais difíceis. Mas o procedimento evoluiu muito nas últimas três décadas.
— Hoje, a cirurgia é segura, indolor e apresenta resultados previsíveis de melhora da visão — diz o oftalmologista Rodrigo Pazetto, diretor e sócio-fundador da Gramado Clínica de Olhos e membro da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo.
Uma das principais causas de cegueira reversível no Brasil, a catarata é uma lesão ocular que deixa a visão embaçada por tirar a transparência do cristalino, tornando-o opaco, dando a impressão de que existe uma névoa na visão. O cristalino é o que chamamos de "lente dos olhos": faz o ajuste do foco quando estamos lendo, por exemplo.
Como corrigir
A correção do problema é feita por meio de uma cirurgia, na qual é implantada uma lente intraocular. Desde o final dos anos 1980 e início dos 1990, quando começaram a ser disponibilizadas, as lentes passaram por uma revolução tecnológica. Apesar de ainda existirem modelos mais simples à disposição (e mais acessíveis), hoje também há lentes de alta tecnologia, que podem até mesmo eliminar uso de óculos. Além de ser oferecida pelo SUS, planos de saúde já cobrem também os tipos de lentes mais simples.
Tire suas dúvidas
O oftalmologista Rodrigo Pazetto responde a perguntas frequentes:
A catarata pode ser tratada com uma "raspagem"?
A catarata pode ser comumente confundida com pterígio, que é uma alteração na superfície do olho. Esse também tem resolução cirúrgica, e uma das primeiras técnicas cirúrgicas de tratamento era chamada de "raspagem de superfície ocular". Possivelmente essa seja a explicação da pergunta frequente.
Para que servem lentes intraoculares?
Servem para correção da catarata ao se ter o cristalino removido do olho cirurgicamente ou para correção de altas ametropias ou graus (incluindo graus muito diferentes entre os olhos).
Como são implantadas?
Com técnica microcirúrgica, necessitando um cirurgião treinado especificamente nesse tipo de procedimento, além de equipamento adequado. O procedimento é realizado em um período de 10 a 15 minutos e com anestesia local.
Lentes intraoculares precisam de manutenção?
Em geral, não. Uma vez implantadas, podem ser consideradas perenes. Não há necessidade de manutenção periódica, exceto em casos eventuais. Como exceção e caso haja necessidade extrema, as lentes intraoculares, dependendo da técnica de implante, podem ser trocadas ou substituídas.
Podem causar dor no olho?
Lentes intraoculares são indolores no implante e também não despertam dor durante o uso.
Podem se deslocar dentro do olho?
Apesar de ser uma situação muito rara, as lentes intraoculares podem ser deslocadas se houver traumas graves ou impactos significativos no globo ocular.
Lentes intraoculares permitem cirurgia a laser para correção de astigmatismo ou outros tipos de grau?
Lentes intraoculares mais modernas já têm funções de correção de graus prévios no olho. Por isso, a escolha da lente adequada a cada caso é muito importante. Quando usadas para correção de astigmatismo, são chamadas de lentes tóricas e são de uso comum tanto em plataforma monofocal quanto multifocais.