Um dos erros mais comuns na hora de cuidar do coração, conta Paulo Leães, chefe da Cardiologia Clínica do Hospital São Francisco da Santa Casa de Porto Alegre, é dar início à prática de uma atividade intensa e extenuante, como maratona, halterofilismo ou triatlo, sem antes passar pela avaliação de um especialista. O médico deve atestar que o praticante está apto para aquele tipo de exercício — a avaliação realizada pelo educador físico na academia não basta.
— Se você é saudável, isto é, não fuma, não é obeso, não é hipertenso, e for fazer uma atividade física usual, a probabilidade de que aconteça alguma coisa é mínima. Mas se você vai fazer um exercício intenso, é obrigatório passar por uma avaliação. Há o risco de morte súbita por cardiopatias que até ali eram assintomáticas — alerta Leães.
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Recomenda-se que, até os 18 anos, faça-se a medição da pressão arterial e do colesterol pelo menos uma vez. Existem dislipidemias (excesso de gorduras no sangue) de origem genética extremamente agressivas, capazes de provocar infartos em adultos jovens, na faixa dos 20 ou 30 anos. Se o paciente estiver bem, as consultas regulares com cardiologista devem ser realizadas, para homens, a partir dos 40 anos, e, para mulheres, dos 45 anos em diante. Pessoas com histórico familiar de enfermidade cardiovascular precisam procurar um médico com mais frequência.
— Tenho visto no consultório, cada vez mais, pessoas com 25, 30 anos querendo fazer uma avaliação, ver como estão, para ter tempo de reagir. Para os que chegam tarde, há avançados recursos para corrigir os problemas, diminuir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida, mas não se tem mais como evitar ou regredir a doença. Só se pode preveni-la ou retardá-la se você souber quais são os seus fatores de risco e tratá-los precocemente. Se não, terá de conviver com a doença por toda a vida, em meio a medicamentos e intervenções — ressalta Leães.
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