"Consumidor Verde" é um quadro semanal da coluna com informações para uma transição a um consumo mais sustentável. Sempre aos finais de semana, na coluna Acerto das (tuas) Contas, em Zero Hora e GZH.
Tanto quanto avança o ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança), cresce o greenwashing, a "lavagem verde", que é fazer marketing de práticas sustentáveis sem praticá-las de verdade. Por mais que cuidem dos seus processos e produtos, grandes marcas precisam fiscalizar se seus fornecedores e terceirizados são transparentes, cuidam do meio ambiente, da comunidade e de seus próprios funcionários. A coluna perguntou como tomam esse cuidado corporações gigantes que praticam ESG. Entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
CEO da Lojas Renner, Fábio Faccio:
"Transformamos nossas metas em compromisso público, olhando e certificando nossos parceiros nacionais e internacionais. A cadeia têxtil é diversa e espalhada. O design vem da gente, o corte está em uma indústria, a matéria-prima em outra, a costura em outra, o acabamento volta. Os parceiros são outras empresas, mas é o nosso produto. Estamos avançando nas metas de redução do efeito estufa. O fornecedor ganha pontos, sobe no ranking, nos ensina e ganha pedidos. Não cumpriu, sai."
Presidente do Instituto Aegea (empresa que comprou a Corsan), Edison Carlos:
"Se tem uma crise no seu fornecedor, é sua também. Somos uma empresa nova, que cresceu muito. Imagina o número de fornecedores que cresce. Tudo passa por certificação, com grau interno de rigidez aplicado aos fornecedores. Não adianta ter controle interno maravilhoso, se você descobre uma crise de diversidade na cadeia. Como seu fornecedor trata o funcionário? Como trata comunidades vulneráveis? Como olha a questão de raça, gênero e liberdade sexual? Tudo respinga na companhia que é a face mais visível dessa cadeia. Não ficamos em palestras, levamos as pessoas para mostrar o que fazemos na rua."
Presidente da Randoncorp, Daniel Randon:
"Antigamente, quebrávamos a empresa pela falta de caixa. Hoje, também pela reputação. As redes sociais reforçam a preocupação com a imagem para o cliente na ponta, também de fornecedores e parceiros. A empresa perde valor, crédito nos bancos, é questionada por fornecedores e clientes. Temos auditoria, classificamos fornecedores, damos incentivos, mas o mais importante é mostrar o que fazemos e onde queremos chegar, dar exemplo. Temos capital aberto na bolsa de valores, os balanços mostrarão os impactos ESG, assim como os livros contábeis."
Assista também ao programa Pílulas de Negócios, da coluna Acerto de Contas. Episódio desta semana: cidade de data centers, supermercado estreia no Litoral, 1,5 mil m² de piscinas e mais
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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