Que a dupla infalível alimentação equilibrada mais exercícios físicos pode melhorar a saúde de qualquer indivíduo todo mundo sabe. O que talvez pouca gente se dê conta é da importância dela com o passar dos anos. Manter uma rotina saudável é comprovadamente um dos melhores remédios para conquistar qualidade e aumentar a expectativa de vida, especialmente depois dos 60 anos.
A orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que são necessários 150 minutos semanais de atividades aeróbicas para manter o corpo em dia. Segundo a entidade, esse tempo é suficiente para melhorar o sistema cardiorrespiratório, muscular, ósseo e reduzir o risco de doenças.
Leia mais:
Em 15 anos, RS terá um quarto da população formada por idosos
Obesidade não influencia tanto na saúde na terceira idade, diz estudo
– Os exercícios atuam na prevenção e no tratamento de doenças próprias da idade como as coronarianas, hipertensão e osteoporose, e incrementam a qualidade de vida, proporcionando mais independência e socialização – afirma a chefe do Serviço de Educação Física do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Michele Casser Csordas.
Veja como é o circuito:
Pensando nesses benefícios, as academias já estão adaptando algumas modalidades para o público mais velho. Um exemplo é o Circuito 60+, que segue os moldes do conhecido treinamento funcional. Além de melhorar as atividades de rotina dos alunos, de quebra, estimula as relações interpessoais, colaborando para afastar a depressão.
– Percebemos que é um evento social das alunas. Quando algum parente as acompanha, eles sempre comentam que houve melhora no comportamento, autoestima e astral – diz a proprietária da Fit Academia, Cristina Azevedo.
Acompanhamento próximo e focada nas necessidades de cada aluno
Depois de passar por uma dezena de cirurgias cardíacas, Rita Burd, 72 anos, garante que sua vida é outra desde que incluiu no dia a dia aulas do circuito funcional:
– Como tive umas isquemias, perdi todo o equilíbrio, e aqui tenho trabalhado muito isso. Sempre fui muito ativa, gostava de dançar e de uma série de coisas que eu não estava conseguindo fazer. Agora, aos poucos, estou conseguindo. Eu não me entrego.
Não mesmo. Durante os cerca de 30 minutos de aula, Rita sobe e desce dos steps, caminha por entre os espaços de uma escada própria para atividades físicas e se esforça para manter a estabilidade do corpo durante os exercícios.
Vera Regina Cauduro também testemunha o progresso da irmã Ana Maria, de 73 anos, que participa das aulas há oito meses:
– Ela adquiriu mais equilíbrio, firmeza. Também ajudou a estabilizar a pressão arterial. Fora a parte social, ela tem uma motivação. Tudo se conjuga: a parte física, psicológica e afetiva – resume. Ana é uma das mais animadas da aula que, nos últimos dias têm acabado com alguns minutos de dança.
Para conquistar tais objetivos, é fundamental que a atividade seja indicada por um médico e acompanhada por um profissional de Educação Física.
– A atividade deve ser individualizada e respeitar os limites de cada pessoa – orienta Michele.