Estimado leitor! Mentalize a cena que vou descrever e, posteriormente, tente executá-la. Coloque, um em cima do outro, 12 sacos de um quilo de arroz. Agora, imagine carregar esse peso, todos os dias, para cima e para baixo. Imaginou? Pois é! É exatamente esse o número de quilos que já exorcizei do meu corpo. É muito melhor transportar a carcaça com 12 quilos a menos. Mais força, mais disposição e resultados que incentivam. Pelo fato do Te Mexe, Gigante! estar aqui na Zero Hora, no Jornal do Almoço e nas dicas de saúde e alimentação, na Rádio Gaúcha, com os profissionais do Hospital Moinhos de Vento, o caso virou assunto. Mas era uma preocupação minha não virar um personagem de reality show, com exposição midiática. E tenho a clara impressão de que as pessoas estão entendendo o espírito da coisa – que é apenas mostrar que qualquer indivíduo, uma pessoa comum, um filho de Deus (como já cantou a Rita Lee) pode remar contra a maré e perder peso, fugir do diabetes, de doenças cardíacas, do colesterol dos triglicerídeos e de outras coisas que nos afetam.
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Mas saiba que a luta não é fácil! As tentações para burlar as restrições alimentares são constantes. Vêm de todos os lados. E as pessoas com as quais convivemos se dividem em dois grupos: aquelas que te dão total apoio e a outra turma que seca a reeducação alimentar de forma velada, com piadinhas de mau gosto. Chegam com um discurso de que no fim não dará certo, que as coisas caem na rotina. Ou pior: te olham e jogam na tua cara: "Não parece que tu emagreceu 10 quilos!". Mentalmente, a pobre mãe do indivíduo é homenageada por mim! Quem menospreza os resultados obtidos até agora, em dois meses de Te Mexe, Gigante!, não está ajudando em absolutamente nada.
Não é fácil mudar completamente tudo o que se pensa a respeito de alimentação. Ignorar preferências históricas e criar novos vínculos com pratos pouco familiares. Além disso, pra mim, é uma grande vitória encarar academia três vezes por semana. Treino puxado! E o educador físico Alexandre Travi, da Optima Fitness, não me deixa mentir. Com minhas limitações, sou extremamente dedicado e faço coisas que nunca pensei em fazer na vida. Sem querer esnobar, tenho sido exemplar, me superando a cada momento. Não quero virar atleta. Apenas investir na minha saúde para o futuro.
No regime semiaberto alimentar não terá paredão
Já não sou mais o mesmo. O psicológico também trabalha nesta mudança. À medida que os resultados aparecem de forma positiva, com a roupa ficando mais larga, a redução de medidas, a queda do peso e o controle do índice glicêmico, tudo isso ajuda na maré favorável. Aumento da autoestima. Claro que nem tudo são flores. As mudanças profundas têm me deixado mais irritadiço, impaciente, com adrenalina a milhão. Ou seja, esse processo mexeu com o corpo e com as minhas ideias.
Por fim, tem uma coisa engraçada nessa história. Com a minha exposição no Te Mexe, Gigante! em veículos da RBS de grande repercussão, passei a ser vigiado em todos os lugares aonde vou. No súper, na padaria, no Gaúcha Sports Bar, na Arena, no Beira-Rio, na farmácia, no cinema... Todos fiscalizando o que eu estou comendo ou comprando. Isso é divertido! Parece que estou participando do Big Brother Brasil, com câmeras espalhadas por todos os lados. Patrulha total! E posso garantir que, mesmo estando no regime semiaberto alimentar, não vou para o paredão.