Caro leitor! Imagine um indivíduo que nunca fez algum tipo de exercício na vida. Uma pessoa que apenas se dedicava ao “halterocopismo” e ao levantamento de garfo. E que, num piscar de olhos, passou a ser um dedicado aluno de academia. Pois é. Esse cara sou eu, como diria o rei Roberto Carlos.
O desafio Te Mexe, Gigante! me colocou numa encruzilhada: mantinha a minha vidinha de sedentário faminto e seus excessos ou tomava vergonha na cara. Há pouco mais de um mês, fui apresentado ao educador físico Alexandre Travi, que coordena a turma da Optima Fitness, em Porto Alegre. Cheguei à academia, na Cristóvão Colombo, desconfiado. Qualquer coisa, fugiria para a Igreja São Pedro, que fica do outro lado da rua.
Quando o cara se apresentou, pensei: “Tá aí o carrasco que vai querer tirar o meu couro”. Aquele ambiente com música agitada, gente de todas as idades malhando, cheio de esteiras, bicicletas ergométricas, aparelhos de musculação e pesos passaria a fazer parte da minha rotina. Com base nas informações passadas pela equipe médica do Hospital Moinhos de Vento, o professor Alexandre Travi já havia feito um minucioso plano de treinamento.
A pauleira começa na esteira. Ritmo aumentando até os 6km/h e uma inclinação de 2%. Rapidinho, o medidor cardíaco do relógio chega a 171 bpm. Número sugestivo, não? Mas é o meu limite para o exercício fazer efeito e não trazer nenhum risco. No começo, as pobres panturrilhas sofrem as agruras de um sedentarismo histórico.
Depois de cinco minutos intermináveis, respiração ofegante, é hora de partir para outros exercícios. Tudo planejado pelo carrasco, pensei eu, de má vontade. Trabalha perna e braço. Volta pra esteira. Levanta peso e puxa elástico. Volta pra esteira. Sobe na caixa, desce da caixa. Volta pra esteira. E assim segue o roteiro de torturas com o Alexandre falando o tempo inteiro e batendo palmas: “segura o abdômen”, “só mais 10”, “olha a postura”, “aguenta, tá no final”, “alinha os ombros”, “força”, “como está o batimento?”, e por aí vai... No total, mais de uma hora de movimentação e muito suor.
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Fim do massacre: é hora de alongar para distensionar tudo. A dor aparece. Mas como diz o personal, “é a dor do bem”. É a pura verdade! Depois do alongamento, o cara sai novinho em folha. Após as primeiras semanas de trabalho, confesso: o professor Alexandre Travi não é carrasco coisa nenhuma.
Confio completamente nas suas orientações e entendo a exigência dele por resultados. Sem a cobrança, eu teria desistido no primeiro momento. Com paciência e competência, ele está me ajudando a exorcizar a vagabundagem que habitava meu corpo. Estamos construindo o alicerce para uma vida saudável.
E sublinhem aí: no dia que não tem academia, sinto falta. Obrigado, Xandi!