Uma dose diária de de vitamina D3, uma forma ativa da vitamina D, é capaz de melhorar as funções cardíacas de pessoas com problemas crônicas no órgão. Essa é a conclusão de um estudo, realizado durante cinco anos, da University of Leeds, no Reino Unido.
– Esse é um avanço significativo para os pacientes. É a primeira evidência de que a vitamina D3 pode melhorar a função cardíaca de pessoas com fraqueza do músculo do coração. Essas descobertas podem fazer uma diferença significativa para o atendimento de pacientes com insuficiência cardíaca – explicou o cardiologista Klaus Witte, professor na Escola de Medicina da University of Leeds e líder do estudo.
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A vitamina D3, assim como a vitamina D, é impulsionada no organismo humano pela exposição à luz solar. No entanto, os pacientes com insuficiência cardíaca, mesmo no verão, sofrem com a deficiência desse ativo. Além disso, pessoas mais velhas têm resposta mais lenta em relação à luz solar do que os mais jovens. Outro fator que dificulta a absorção da vitamina D é o filtro solar, que reduz o impulsionamento do ativo.
O estudo envolveu mais de 160 pacientes que já vinham sendo tratados para insuficiência cardíaca no hospital mantido pela universidade. Eles foram divididos em dois grupos: durante um ano, o primeiro tomou um comprimido de vitamina D3 e o segundo recebeu uma pílula de placebo. Aqueles pacientes que tomaram a vitamina D3 tiveram melhora na função do coração. O mesmo não ocorreu com quem tomou placebo.
Em 80 pacientes que tomaram vitamina D3, a função de bombeamento de sangue pelo coração melhorou de 26% para 34%. De acordo com os pesquisadores, isso significa que, para alguns pacientes com doença cardíaca, tomar vitamina D3 regularmente pode diminuir a necessidade de usar um desfibrilador cardioversor implantável (ICD). Esse dispositivo detecta o ritmo cardíaco e "choca" o órgão quando ele apresenta batimentos irregulares que podem ser perigosos.
– Esse desfibrilador é um dispositivo caro e envolve uma operação. Se pudermos evitar o implante em alguns pacientes, isso é algo positivo – disse Witte. Um aspecto importante do estudo é que os pesquisadores evitaram usar suplementos à base de cálcio. Essa substância pode causar mais problemas a quem sofre com insuficiência cardíaca.A insuficiência cardíaca afeta mais de 23 milhões em todo o mundo. A condição pode afetar pessoas de todas as idades, mas é mais comum em idosos – mais de metade de todas as pessoas no mundo com insuficiência cardíaca têm mais de 75 anos.