O Rio Grande do Sul já soma 701 casos notificados de dengue, em 180 cidades gaúchas – 58 casos já foram confirmados. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, pela Secretaria Estadual de Saúde.
O município com maior número de confirmações é Porto Alegre, com 18 (o que representa 31% do total). A prefeitura divulgou dois novos casos autóctones de dengue. As vítimas são pai e filho e moram no Vila Nova, o mesmo bairro onde os outros três casos autóctones haviam sido confirmados anteriormente. Por conta disso, a região foi bloqueada e agentes reiniciaram uma ação de combate na Zona Sul.
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Um cálculo feito pelo governo estadual mostra que, proporcionalmente ao número de habitantes, Selbach é o município com maior taxa de notificações de casos de dengue – com 214,2 por 100 mil habitantes. As demais cidades com média preocupante também se encontram no noroeste gaúcho.
O número de casos autóctones (contraídos no Estado) de dengue saltou de três para 15 na última semana.
– Constatamos que segue a tendência de aumento de casos e nossa preocupação cresce na mesma medida – salientou o secretário estadual de Saúde, João Gabbardo. – Até termos a vacina, que pode demorar três anos, precisamos do apoio de todos para combater o mosquito.
Durante a coletiva, foi divulgado que uma mulher de 64 anos, moradora de Panambi, no noroeste do Estado, poderia ser a primeira vítima de dengue em 2016. Ela sentiu sintomas semelhantes aos da doença no dia 26 de janeiro e, 13 dias depois, morreu no hospital de Vacaria. No final da tarde desta sexta-feira, o Laboratório Central do Estado (Lacen) divulgou que o resultado para a doença deu negativo.
O Lacen ainda analisa outros dois casos de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti suspeitos no município: o de um caminhoneiro de 35 anos que voltou de Pernambuco com sintomas do zika vírus e o de uma mulher de 63 anos que retornou do Mato Grosso com sintomas de dengue. Em todo o ano passado, duas pessoas morreram no Rio Grande do Sul por causa de dengue.
O boletim divulgado nesta sexta-feira também tem dados positivos. Não houve nova confirmação de zika vírus no Rio Grande do Sul. Das 47 notificações, nova foram descartadas e continua havendo apenas uma confirmação, divulgada na última semana. Trata-se de uma moradora do bairro Jardim Carvalho, na Capital, não gestante, que contraiu a doença em viagem a Marcelândia, no Mato Grosso, no início deste ano. Os casos de febre chikungunya têm redução em comparação a 2015. De 78 notificações, a secretaria regirou 48 no mesmo período deste ano.
Mobilização nacional intensificada no RS
O número de casos de dengue no país aumentou 48% em 2016, conforme o Ministério da Saúde. Desde janeiro, já são mais de 73,8 mil casos, contra 49,8 mil no ano passado. Já os óbitos diminuíram: são quatro mortes em 2016, sendo 50 no mesmo período do ano passado. Uma das maiores tentativas de frear o avanço do Aedes aegypti no país ocorre neste sábado, dia 13, chamado de Dia D.
A força-tarefa nacional será maior no Estado por iniciativa do próprio governo. As autoridades gaúchas não vão se mobilizar apenas nos municípios selecionados e que contam com bases do Exército. No RS, a ação, que inclui orientações aos moradores e destruição de focos do mosquito, ocorrerá nas 497 cidades, com objetivo de tornar mais abrangente o combate ao mosquito.
Em Porto Alegre, 47 mil casas devem ser visitadas em 11 bairros diferentes, com a ajuda de 1.550 militares do Exército. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, as residências onde não houver morador ou em que o dono se recusar a receber os agentes serão notificadas. Caso a entrada continue sendo impedida, seguindo o decreto da presidente Dilma Rousseff, o local deverá ser invadido nas próximas semanas.
– (Os agentes) Não têm que ter medo se perceber o risco, tem que entrar e fazer. É uma ação para salvar vidas – salientou o governador José Ivo Sartori.
Conforme Ritter, embora as pessoas costumem se preocupar com terrenos baldios, é nas residências que está focado o trabalho dos agentes de saúde.
– 80% das infestações ocorrem em casas. Por quê? Porque mosquito gosta de gente, precisa de sangue para viver – afirma o secretário.
DENUNCIE
Denúncias de focos de proliferação do mosquito podem ser feitas pelo aplicativo RS Contra Aedes (inclusive com possibilidade de enviar foto e marcar o local com GPS), telefone 0800-645-3308 ou WhatsApp e Telegram: (51) 9184-7821.
*Com informações da Rádio Gaúcha