Ouvir vozes estranhas ou ver coisas que outras pessoas não conseguem ver são perturbações que atingem 5% da população geral em algum momento da vida, aponta estudo da Universidade de Queensland, em parceria com a Faculdade de Medicina de Harvard.
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A pesquisa foi feita com cerca 31 mil pessoas de 19 países, selecionadas aleatoriamente para responder a um questionário detalhado sobre saúde mental. Os participantes foram escolhidos para representar as pessoas de forma geral, ou seja, não são pessoas diagnosticados com distúrbios psíquicos.
John McGrath, pesquisador da Universidade de Queensland, afirma que alucinações e delírios nem sempre estão ligados à doenças mentais. Em um terço das pessoas interrogadas essas manifestações ocorreram uma vez na vida, e outro um terço dos participantes já passou por esse tipo de episódio de duas a cinco vezes.
- É comum pensarmos que apenas pessoas com psicose têm delírios e ouve vozes. Porém, agora, descobrimos que pessoas saudáveis também relatam esse tipo de experiência - conta o especialista.
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Conforme os resultados, alucinações auditivas são mais comuns em homens do que em mulheres, e também ocorrem com mais frequência entre pessoas que vivem em países mais ricos.
McGrath diz que essas descobertas podem ajudar a desenvolver novas pesquisas para investigar as causas desses sintomas individualmente: por que são temporárias para uns e permanente para outros? E por que algumas pessoas se recuperam das alucinações e outras passam a desenvolver distúrbios mais graves, como a esquizofrenia? Será que os mecanismos responsáveis por esses delírios agem de forma semelhante em todas as situações?
- É preciso repensar a relação entre esses distúrbios e a saúde mental, pois essa relação pode ser mais sutil do que se pensava - explica o pesquisador.
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Embora algumas pessoas experimentam eventuais percepções falsas, como ouvir equivocadamente o próprio nome ser chamado em público, alucinações e delírios são bastante detalhados e merecem atenção. Um exemplo de situação é ouvir vozes que ninguém mais ouve ou ver coisas que os outros não conseguem perceber.
Segundo McGrath, as pessoas não precisam se preocupar caso essas experiências aconteceram um ou duas vezes. No entanto, se essas ocorrências são frequentes, deve-se consultar um médico.