Um projeto executado por três profissionais que atuam numa escola municipal da cidade de Muitos Capões, na Serra, foi premiado no 8º Fórum Nacional de Alimentação Escolar, realizado em São Paulo entre essa quinta e sexta-feira. Em 2011, 15 alunos na faixa de seis a 11 anos da Escola Municipal Gina Guagnini passaram por diversas atividades e, ao final de três meses, tiveram uma redução entre 0,8 e 1,9 no Índice de Massa Corpórea (IMC).
O projeto, denominado Saúde na Escola, foi desenvolvido por uma equipe multiprofissional, formada pela professora de Educação Física, Adelita de Carvalho; pela nutricionista Ana Claudia Tumelero; e pela psicóloga Fabiane Grandi Santos, após a constatação de que 20% dos 150 alunos da escola estavam acima do peso.
Na área de educação física, atividades complementares às já realizadas no horário normal de aula foram oferecidas. Na parte de nutrição, o trabalho consistiu em oficinas culinárias, nas quais as crianças passaram a cozinhar e a ter contato com os alimentos. A psicóloga trabalhou paralelamente com terapia artística.
Meta é melhorar lanches oferecidos em cantinas
A melhoria na alimentação oferecida nas escolas brasileiras depende da normatização geral das cantinas para reduzir a oferta de alimentos de pouco valor nutritivo e com excesso de açúcar, sal e gordura, garantindo assim segurança alimentar e nutricional, acompanhada de um intenso trabalho de reeducação alimentar, que envolva professores, gestores e pais. Essas foram algumas das recomendações preconizadas por várias nutricionistas durante palestras no fórum, promovido pela Federação Nacional das Empresas de Refeições Coletivas (Fenerc).
Para a nutricionista Joana D'Arc Mura, coordenadora do Comitê Científico do Fórum, sensibilizar os políticos de que é preciso tornar a alimentação escolar uma prioridade no aspecto da saúde e da educação é necessário para impor limites na primeira infância. Do contrário, segundo ela, cada vez mais crianças e jovens estarão obesos ou com sobrepeso, candidatos ao desenvolvimento de doenças crônicas na vida adulta.
- Temos de oferecer uma diretriz que faça parte de uma revisão na grade curricular, de forma a questionar, por exemplo, o tempo que a criança tem hoje para tomar seu lanche e brincar nos intervalos das aulas. Não é possível que continuemos com 15 minutos para a criança brincar, comer, muitas vezes de pé, e escovar os dentes para voltar para a aula - comenta Joana.
Hora do lanche
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Grupo de 15 alunos de Muitos Capões teve redução entre 0,8 e 1,9 no IMC
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