Índice de Bem-Estar (IBE) mede qualidade de vida dos porto-alegrenses

Se os asiáticos do Butão têm a Felicidade Interna Bruta (FIB) e os paulistanos contam com o Programa Cidade Sustentáveis - como mostrou a última edição do Nosso Mundo - para avaliar a qualidade de vida em Porto Alegre há o Índice de Bem-Estar (IBE).

Promovido pela Unimed Porto Alegre, em suas duas edições (2009 e 2010), foram avaliadas as relações pessoais com 12 esferas (confira quadro) determinantes para um bem-estar. De 0 a 1, a nota de Porto Alegre ficou em 0,69, superior ao 0,67 avaliado no primeiro levantamento.

O trabalho gaúcho coube a uma dupla de pesquisadores: os professores doutores da Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Carlos Rossi e Teniza da Silveira.

- A qualidade de vida mede mais objetivamente. Bem-estar é a sua impressão de como as coisas estão - explica Teniza.

Conforme a pesquisa, alguns dos pontos mais importantes - bem-estar psicológico, convívio social e avaliação da vida - aparecem entre os mais bem avaliados. Mais: de forma geral, as dimensões com piores avaliações são as que menos dependem de controle pessoal.

Entrevista Teniza da Silveira, pesquisadora do Índice de Bem-Estar

Nosso Mundo - Como repercutiu a divulgação das duas edições do índice?

Teniza da Silveira - A repercussão de quem tem conhecimento da complexidade e abrangência foi de ficar impressionado. Fomos conversar com nutricionistas, psiquiatras, antropólogos... Foi um trabalho multidisciplinar. Quando começávamos a falar as pessoas ficavam meio resistentes. Mas a partir do conhecimento da complexidade do trabalho, queriam conversar mais. Combinávamos por 30, 40 minutos, mas às vezes durava uma hora e meia.

NM - Em que ele foi útil para Porto Alegre e para quem mora aqui?

Teniza - São diferentes formas de impacto. Diz respeito à conscientização de práticas e hábitos que afetam positiva e negativamente o bem-estar. Muitas pessoas nunca haviam pensado a respeito e foram entrevistadas novamente na segunda edição. Muitas incorporaram novos hábitos. Em um nível mais macro, a ideia é trabalhar algumas ações no sentido de explorar possibilidades de melhoria de atitudes e atividades com crianças e outros tipos de público, para resultados de longo prazo. Temos uma sugestão de trabalhar grupos de discussão com temas que as pessoas tenham dificuldade de mudar de comportamento.

NM - Quais seriam exemplos desses temas?

Teniza - O pessoal de educação física queria fazer um programa para diagnosticar hábitos de atividades físicas em crianças e trabalhar para incorporar atividades físicas. É um trabalho de formiguinha.

NM - O índice subiu 0,02 pontos do primeiro para o segundo levantamento. A senhora acredita em crescimento pesquisas futuras?