A ministra da Saúde, Nísia Trindade, garantiu, nesta quinta-feira (12), que o Rio Grande do Sul deverá receber doses de vacina contra covid-19 para menores de 12 anos somente no ano que vem.
As 90 mil doses que serão distribuídas aos municípios gaúchos a partir de sexta-feira (13) são destinadas aos adultos dos grupos prioritários, defende a Secretaria Estadual de Saúde (SES).
— As vacinas estão sendo distribuídas. O contrato para menores de 12 anos foi estabelecido, fechado. Então, durante os meses de janeiro e fevereiro, essas vacinas deverão estar sendo distribuídas — informou a ministra da Saúde em coletiva de imprensa.
Neste ano, o Estado passou cinco meses sem receber o imunizante contra covid-19 para este público. No final de outubro, a SES recebeu e distribuiu 50,4 mil doses da vacina produzida pela fabricante Moderna, para crianças e adultos.
Em Porto Alegre, na quarta-feira (11), restavam menos de cem doses dessa leva de vacinas.
Com a estimativa da ministra, a Capital poderá ficar até dois meses sem aplicar imunizantes neste público, uma vez que as vacinas produzidas pelo laboratório Instituto Serum, da Índia, devem ser usadas em maiores de 12 anos.
Vacinas vencidas
Esta não é a primeira vez que o Rio Grande do Sul enfrenta problemas no estoque de vacina. No início de outubro, a Secretaria Municipal de Saúde informou que recebeu, em setembro, doses com o prazo de validade apertado e que muitas venceram antes de serem aplicadas.
Em resposta à Rádio Gaúcha, Nísia explicou o ocorrido e garantiu que problema já foi ajustado.
— O que nós herdamos foi um grande número de doses de vacina da gestão anterior. Mas temos, também, o desafio de novas vacinas, das atualizações. E o que fizemos foi a necessidade de uma mudança nas vacinas. Nosso contrato agora, prevê, que as vacinas sejam atualizadas e sejam entregues no tempo certo. Estamos fazendo entregas progressivas e precisam estar com o prazo de validade mais longo.
Cobertura vacinal é desafio
A ministra pontuou, ainda, que mesmo com a entrega correta dos imunizantes, a cobertura vacinal contra covid-19 segue sendo um desafio.
No Rio Grande do Sul, a cobertura vacinal monovalente, para quatro doses, é de 23,6%, e a cobertura vacinal bivalente é de 21,5%, conforme painel do Ministério da Saúde.
Em outubro, quando os percentuais eram 23,5% e 21,5%, respectivamente, os números foram considerados insuficientes para o presidente da Sociedade Gaúcha de Infectologia (SGI), Alessandro Pasqualotto.
Para ele, o ideal é que todas as pessoas em grupos de risco sejam vacinadas, mas que já seria satisfatório se a cobertura superasse os 70%.