As plantas alimentícias não convencionais (pancs) têm ganhado espaço no cardápio dos brasileiros. Como o próprio nome sugere, elas são espécies ou partes de vegetais que não aparentam ser comestíveis, mas que podem ser consumidas. Incluir esses alimentos na rotina pode trazer uma série de benefícios para a saúde, além de contribuir para uma alimentação diversificada. A bardana é uma delas.
Conforme o e-book Plantas Alimentícias Não Convencionais – PANC: resgatando a soberania alimentar e nutricional, elaborado por pesquisadoras da Universidade de Caxias do Sul (UCS), a bardana é uma espécie herbácea – normalmente rasteira e com caule flexível –, de origem europeia e cultivada há muito tempo no Japão e Taiwan.
Também conhecida como pega-moço e erva-dos-tinhosos, faz parte da família Asteraceae, composta por mais de 30 mil espécies. É consumida in natura, ou seja, sem preparo prévio.
Para que serve a bardana
A bardana apresenta propriedades antibacteriana, anti-inflamatória, antibiótica, antifúngica e depurativa. É rica em fibras, vitaminas B, C, D, potássio, fósforo, manganês, cobre e ferro.
Ainda apresenta ação cicatrizante, diurética, digestiva e sudorífera. Seu chá é comumente utilizado para o tratamento de hipertensão, gota, arteriosclerose – acúmulo de colesterol nas artérias – e hepatite. Seu uso também é recomendado para problemas inflamatórios.
Uma panc é caracterizada por não ser comumente cultivada como outras plantas que costumam fazer parte do cardápio dos brasileiros. Apesar de não ser facilmente encontrada nos supermercados, ela pode ser semeada em casa. É possível encontrá-la, também, em hortas comunitárias e terrenos baldios.
— Em primeiro lugar, é preciso saber reconhecer a espécie. Se encontrar na rua e tiver certeza de que é a planta correta, pode coletar e lavar bem antes de consumir. Em terrenos baldios, é importante cuidar se animais não costumam defecar no local — aconselha Valdirene Camatti Sartori, professora da UCS e uma das pesquisadoras envolvidas no e-book sobre pancs.
Como consumir a bardana
Suas folhas têm sabor adocicado e podem ser consumidas refogadas, in natura ou cruas. O uso mais comum da planta é como salada, especialmente suas raízes. Para aproveitá-las, no entanto, é recomendado deixar de molho na água com sal e limão, para minimizar a oxidação e eliminar o sabor forte.
Também podem ser incrementar pratos, como acompanhamento para o arroz, por exemplo.
Salada de bardana
- Separe raízes jovens da planta
- Descasque
- Corte em fatias bem finas, como rabanete
- Se preferir, tempere com sal e vinagre a gosto
- Sirva
*Produção: Lucas de Oliveira