Esta terça-feira, 22 de outubro, marca o Dia Internacional de Atenção à Gagueira. Definida como um distúrbio da comunicação humana, ela afeta a fluência da fala.
Não existe apenas uma explicação específica. O ato motor da fala está ligado a diversos fatores como o sistema nervoso central, a musculatura, os nervos, alterações na língua e na mandíbula, entre outros.
Por vergonha ou por medo de deboche, muitos gagos evitam se comunicar no cotidiano. Ter o distúrbio costuma gerar sentimentos negativos, afetando a pessoa como um todo. Especialistas orientam que o indivíduo aceite o quadro e que procure ajuda profissional. Tratamento precoce é o melhor remédio para enfrentar o preconceito.
Causas da gagueira
Atualmente, acredita-se na existência de vários fatores causadores da gagueira, entre eles:
- Predisposição genética
- Interferência no sistema nervoso central
Uma pessoa não se torna gago devido a questões psicológicas. O que acontece é o contrário: ela fica nervosa, ansiosa ou estressada por saber que tem o quadro, potencializando os sintomas.
Quais os sintomas da gagueira?
- Prolongamentos de palavras ou sílabas
- Boca não acompanha a articulação da palavra
- Uso frequentes de interjeições (ah!, né?)
- Repetições
- Simplificação de frases
- Movimentos não verbais como desviar o olhar, fechar ou piscar os olhos e movimentos com a cabeça
- Substituição de palavras durante a fala
Como é o tratamento
Varia de acordo com a faixa etária e os sintomas do paciente. Por meio de um fonoaudiólogo, são utilizadas técnicas voltadas ao ritmo, à melodia, aos ajustes na produção da fala e na coordenação entre o respirar e o falar, entre outras. Segundo a chefe do serviço de fonoaudiologia do Hospital São Lucas da PUCRS, Ligia Motta, "não existe uma receita".
Existe cura?
A resposta ainda gera controvérsias entre especialistas. O tratamento pode contribuir no controle e na melhora do quadro. Mas nada impede a volta de episódios de gagueira ao longo da vida.
Um alerta aos pais
Quando descoberto ainda na infância, a partir dos três anos, o quadro pode ser tratado com mais facilidade. Crianças em processo de aquisição da linguagem podem apresentar uma gagueira transitória – em torno de 80% dos casos são passageiros, mas precisam ser avaliados e orientados. A família, a escola e os pediatras devem ficar atentos aos sintomas.
Matéria editada com base em entrevistas realizadas em 2019. Fontes: Ligia Motta, chefe do serviço de fonoaudiologia do Hospital São Lucas da PUCRS, e Fabiana Oliveira, professora do curso de Fonoaudiologia da UFCSPA.