Transmitida durante relações sexuais, o HPV (Papilomavírus Humano na sigla em inglês) apresenta poucos sinais. Ao longo de meses – ou até anos – o paciente desenvolve lesões na pele e pode desencadear diferentes tipos de câncer. O mais comum é o câncer de colo de útero.
— O não tratamento do HPV e a falta de uma avaliação adequada podem fazer com que ele se desenvolva para um câncer. Os mais comuns são do colo do útero, especialmente em mulheres, e outros nas regiões genitais, como de vagina, vulva, pênis e ânus. Existem alguns tipos do vírus mais relacionados com o câncer, o 16 e o 18. Eles são diferenciados por alterações genéticos do DNA do vírus — destaca o médico Daniel Azambuja, chefe do serviço de Coloproctologia da Santa Casa de Porto Alegre.
O Ministério da Saúde aponta que existem mais de 150 variantes do vírus, dos quais os tipos 6, 11, 16 e 18 são os mais comuns e apresentam maior potencial de desenvolvimento cancerígeno.
O vírus pode ser contraído mesmo que não ocorra penetração na relação. A contaminação acontece a partir do contato com secreções genitais de alguém já infectado pelo vírus. O uso da camisinha é importante na prevenção à doença.
— Embora não proteja 100%, a camisinha é uma forma importante de prevenção não só para o HPV, mas para outras Infecções Sexual Transmissíveis. Estas outras ISTs danificam e propiciam o risco de outras infecções, como o HPV — explica Rafaela Rocha, Infectologista do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Vacinação
Não obrigatória e disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina contra o HPV tem como foco as duas variantes do vírus que mais resultam no desenvolvimento de algum câncer: os tipos 16 e 18. A aplicação dos imunizantes concentra-se em crianças e adolescentes.
O imunizante estimula o desenvolvimento de anticorpos e, caso ocorra infecção, os casos tendem a ser mais leves e menos perigosos.
A aplicação é indicada pelo Ministério da Saúde para estes grupos:
- Vítimas de abuso sexual de nove a 14 anos (homens e mulheres) que não tenham recebido a vacina HPV ou estejam com esquema incompleto. Administrar conforme a indicação da situação vacinal uma ou duas doses
- Vítimas de abuso sexual de 15 a 45 anos (homens e mulheres) que não tenham tomado a vacina HPV ou estejam com esquema incompleto. Administrar conforme a indicação da situação vacinal, completando três doses da vacina HPV (0, dois, seis meses)
- Meninas e meninos de nove a 14 anos, com esquema de duas doses. Adolescentes que receberem a primeira dose dessa vacina nessas idades poderão tomar a segunda dose mesmo se ultrapassado os seis meses do intervalo preconizado, para não perderem a chance de completar o seu esquema
- Mulheres e homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de nove a 45 anos, com esquema de três doses (0, dois, seis meses) , independentemente da idade
- A vacina não previne infecções por todos os tipos de HPV, mas é dirigida para os tipos mais frequentes: 6, 11, 16 e 18
Tratamento
Há tratamentos eficazes para evitar o desenvolvimento da doença para casos mais sérios, como em cânceres. Quando diagnosticado com HPV e com o surgimento das verrugas, o paciente pode ser submetido a uma série de procedimentos. Os métodos variam do uso de pomadas e ácido tricloroacético até a cauterização com laser ou o congelamento da ferida.
*Matéria editada com base em conteúdo publicado em fevereiro de 2024.