Na manhã desta quinta-feira (18), o SBT confirmou que o apresentador Silvio Santos, 93 anos, está internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, com um quadro de H1N1. Definida como uma gripe provocada por um subtipo do vírus influenza A, a doença possui grande potencial de transmissão e foi responsável por uma pandemia entre 2009 e 2010.
Conforme o Ministério da Saúde, existem quatro tipos de vírus influenza — A, B, C e D — sendo os dois primeiros responsáveis por epidemias sazonais. O tipo A é encontrado nos seres humanos e em diversas espécies de animais, como suínos, cavalos, mamíferos marinhos e aves. Além disso, possui dois subtipos principais: H1N1 e H3N2.
— Todos esses tipos e subtipos causam a nossa gripe. Os sintomas são semelhantes e comuns a todos: febre, tosse, dor no corpo, coriza, espirro, dor de garganta e dor de cabeça — afirma Fabrizio Motta, coordenador do Serviço de Controle de Infecção e Infectologia Pediátrica da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.
O Ministério da Saúde aponta que o quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade. Nas crianças, a temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o aumento dos linfonodos cervicais, os quadros de bronquite ou bronquiolite e sintomas gastrointestinais. Já os idosos costumam ter febre, às vezes sem outros sintomas, mas a temperatura não sobe tanto.
O problema é que alguns pacientes têm uma possibilidade maior de desenvolver quadros mais graves da doença. De acordo com Motta, crianças menores de dois anos, idosos e pessoas com comorbidades apresentam risco de acometimento do pulmão, com episódios de falta de ar e necessidade de oxigênio e internação.
— Muitas vezes também precisa de tratamento de terapia intensiva. E a doença pode até levar ao óbito nesses grupos — alerta o especialista.
Entre as complicações mais comuns listadas pelo Ministério da Saúde, estão:
- pneumonia bacteriana e por outros vírus
- sinusite
- otite
- desidratação
- piora das doenças crônicas
- pneumonia primária por influenza (ocorre principalmente em pessoas com doenças cardiovasculares, sobretudo doença reumática com estenose mitral, ou em mulheres grávidas)
Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, somente neste ano, ocorreram 1.378 internações devido à influenza no RS, sendo 311 utilizaram Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Até 16 de julho, o Rio Grande do Sul registrava 156 mortes pela doença em 2024.
Prevenção
A principal forma de prevenir a influenza é com vacinação. Motta explica que há duas opções de imunizantes disponíveis:
— Temos a trivalente, oferecida na rede pública, que tem cobertura para dois subtipos de influenza A e um subtipo da B. E a tetraviral, disponível na rede privada, que protege contra dois subtipos da A e dois da B. É a vacina da gripe, que temos campanha todos os anos.
O grande problema, segundo o especialista, é a baixa cobertura vacinal. Sem o imunizante, as pessoas dos grupos prioritários ficam ainda mais suscetíveis a desenvolver quadros graves da doença. Para Motta, foi isso que causou o aumento de 22% no número de mortes por gripe no Rio Grande do Sul no primeiro semestre deste ano.
Além da vacinação, o Ministério da Saúde orienta que a população adote medidas gerais de prevenção:
- Lave as mãos com água e sabão ou use álcool em gel, principalmente antes de consumir algum alimento
- Utilize lenço descartável para higiene nasal
- Cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir
- Evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca
- Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
- Mantenha os ambientes bem ventilados
- Evite contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe
- Evite sair de casa em período de transmissão da doença
- Evite aglomerações e ambientes fechados
- Adote hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos