Em fevereiro deste ano, a jovem Carolina Arruda, 27 anos, começou a compartilhar no TikTok a sua rotina convivendo com a "pior dor do mundo", causada pela doença neuralgia do trigêmeo, que já dura 11 anos.
Ao g1, ela contou que as dores pioraram significativamente em 2024, impedindo-a de realizar tarefas do cotidiano, como ir a aulas ou até mesmo cuidar da filha.
Por conta da dor aguda e por já ter tentado uma série de tratamentos e consultado diversos médicos, Carolina tomou a decisão de recorrer ao suicídio assistido na Suíça, já que a prática é ilegal no Brasil.
Para cobrir os custos do tratamento, a influencer iniciou uma vaquinha online e divulgou a campanha nas redes sociais para alcançar a meta de R$ 150 mil.
Após repercutir, a campanha chegou ao Hospital Santa Casa de Alfenas, que ofereceu uma esperança à jovem com um novo tratamento, totalmente gratuito, segundo ela em contato com o g1, oferecido pelo médico que a procurou e que consiste na mitigação da dor.
Carolina deu inicio ao tratamento no dia 8 de julho. Após ser internada, ficou cerca de cinco dias sedada na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), recebendo medicamentos para diminuição da dor e passando por uma bateria de exames.
Em uma publicação nas redes sociais, ela atualizou os seguidores e informou que o resultado foi satisfatório.
— O médico está esperançoso. Ele disse que não vai me prometer nada, mas eu também estou esperançosa com esse tratamento. Eu não acredito que estou sem sentir dor. Não sei se dá para ver no meu semblante, mas estou aliviada porque estou sem dor — comentou em vídeo. No dia seguinte, porém, os sintomas retomaram, mas em menor intensidade.
Questionamento sobre vaquinha
Com a divulgação do novo tratamento e demonstração de melhora, as pessoas começaram a questionar sobre o valor já arrecadado para a eutanásia (vaquinha ultrapassou os R$ 137 mil) e o que seria feito caso o tratamento funcionasse e a jovem desistisse do suicídio assistido. Nas redes sociais, Carolina foi, inclusive, hostilizada por alguns usuários.
Carolina não descarta eutanásia
Apesar do tratamento, Carolina informou que não descarta eutanásia no exterior, mas que pode reavaliar a decisão a depender do resultado do tratamento. Ela não se pronunciou oficialmente sobre as críticas e nem disse o que será feito com o valor arrecadado caso desista do procedimento.
Nesta segunda-feira (22), a jovem recebeu alta, mas deve ser internada novamente no final de semana para a realização de uma cirurgia de implantação dos neuroestimuladores, que devem bloquear a passagem de dor até o cérebro.
Ao g1, o médico responsável pelo tratamento informou que a alta foi solicitada pela jovem e, após ser analisada pela equipe médica, foi considerada "adequada", já que a paciente não teria outra proposta terapêutica no hospital até o próximo passo do tratamento.