O Sindicato Médico do Rio Grade do Sul (Simers) enviou um oficio ao Ministério Público pedindo que seja investigada a troca de gestão do Hospital Universitário de Canoas, na Região Metropolitana. A Associação Saúde em Movimento (ASM) venceu o edital publicado pelo município no ano passado e assumirá a gestão da instituição.
O Hospital Universitário é administrado pela prefeitura de Canoas desde maio de 2022. O processo licitatório para uma nova gestora começou em novembro de 2023 e só foi finalizado em abril deste ano. No entanto, de acordo com o Simers, ainda não foi apresentado o plano para a troca de gestão. Não se sabe quando a empresa irá assumir a administração, se os profissionais serão mantidos e se serão pago os valores rescisórios.
O Sindicato também alega que a empresa selecionada tem histórico de bloqueios em contas e irregularidades em outros Estados em que presta serviços:
"Com sede na Bahia, a AMS tem em seu histórico uma decisão do Tribunal de Contas do Distrito Federal que, em maio de 2021, aprovou o bloqueio do pagamento da Secretaria de Saúde para a empresa, após identificar inconformidades na execução do contrato para a gestão do Hospital de Campanha da Polícia Militar do DF. Já em 2023, um novo bloqueio de contas aconteceu no Tocantins, motivado pelo atraso no pagamento dos profissionais que atuam em UTIs de cinco hospitais estaduais", diz a nota do Simers.
O Ministério Público ainda está analisando o pedido. No entanto, afirma que a instabilidade política do município, com as sucessivas trocas, dificulta o acompanhamento da situação.
A prefeitura de Canoas informou que o caso foi encaminhado a Procuradoria-Geral do Município para que o histórico da empresa seja verificado antes que o processo seja sancionado e a troca de gestão efetivada.
Procurada pela reportagem, a Associação Saúde em Movimento não retornou os questionamentos.