O governo estadual e a prefeitura de Porto Alegre definiram um conjunto de medidas para desafogar hospitais da Capital. O acerto ocorreu durante uma reunião realizada na tarde desta quarta-feira (3), com participação do vice-governador do Estado, Gabriel Souza, e do secretário de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter.
A Capital tem vivido dias de superlotação nas emergências dos centros de saúde. Na terça (2), o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) restringiu os atendimentos do setor adulto somente para casos com risco de morte; nesta quarta, o hospital Ernesto Dornelles adotou o mesmo procedimento.
O objetivo do plano de contingência é reduzir o número de pacientes em emergências e ter mais leitos de internação disponíveis. Nada muda, porém, em casos considerados graves e complexos. A medida tem três eixos principais, com foco no curto prazo.
O primeiro é a remoção de pacientes internados na Capital que podem continuar o tratamento em seus municípios ou hospitais de origem. Segundo a prefeitura, havia, nesta quarta, 145 pessoas nessa situação.
— Nosso papel foi lançar no sistema esses pacientes que entendemos que podem ser removidos. O papel do Estado é comunicar hospitais e municípios que eles terão de recebê-los e começar o processo de transporte. Isso vai permitir colocarmos o paciente que está na emergência o mais rápido possível dentro do hospital — resume Ritter.
A segunda medida acertada é evitar que pacientes de outros municípios sejam transferidos para Porto Alegre sem necessidade. Conforme o governo estadual, será reforçado o pedido aos hospitais da Região Metropolitana e do Interior para que sejam feitas transferências dos casos apenas quando não houver outra possibilidade – quando o centro de saúde não tiver capacidade para atuar, portanto.
— A qualificação do paciente chegar a Porto Alegre ou a qualquer outro local precisa ser trabalhada na origem do pedido. Quando pedimos a internação, escrevemos no Gerint (sistema de gerenciamento de internações hospitalares) por que ele precisa ir para lá (em determinado hospital). Vamos melhorar esse processo para evitar efetivamente que venham para Porto Alegre casos de forma desnecessária — afirma Ana Costa, a secretária adjunta da Saúde.
A terceira medida está relacionada aos pacientes socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu):
— Já temos uma atenção grande das nossas equipes de chefia e de regulação em relação a isso, mas vamos ter um cuidado adicional para evitar trazer (pacientes) desnecessariamente para Porto Alegre. São pautas técnicas que as equipes vão trabalhar alinhadas. Quando está tudo lotado, qualquer caso que venha desnecessariamente pressiona ainda mais o sistema — acrescenta a secretária adjunta.