A ameaça de suspensão do atendimento de pacientes do IPE Saúde feita por um grupo de hospitais repercutiu entre deputados estaduais e gerou uma reação do governo Eduardo Leite, nesta terça-feira (27), na Assembleia Legislativa. Diante da preocupação dos parlamentares com o tema, o governo decidiu organizar um encontro entre o presidente do IPE Saúde e os deputados.
A ideia do Palácio Piratini é detalhar aos parlamentares as mudanças que foram definidas na forma de remunerar os hospitais por atendimentos feitos a beneficiários do IPE Saúde. A nova
— O governo quer demonstrar que tem o máximo interesse em dialogar sobre esta ideia de mudança. Tem a sua base de convicção sobre a necessidade das mudanças que já foram deliberadas, inclusive, neste plenário e sobre outras ações para fortalecer o IPE Saúde. Vamos marcar uma reunião e trazer a Secretaria do Planejamento e o presidente do IPE Saúde. Podemos abrir este debate — disse o líder do governo do Estado na Assembleia. Frederico antunes (PP)
O tema ainda é desconhecido de parte dos parlamentares estaduais. Deputado que utilizou a tribuna logo antes do líder de governo, Pepe Vargas (PT) disse que a sua bancada ainda avalia as mudanças no pagamento do IPE a hospitais, mas lembrou o debate de 2023 sobre a alteração na cobrança dos usuários do plano de saúde.
— Eu não vou entrar no mérito da proposta do novo modelo (de remuneração a hospitais) porque a rigor precisamos estudá-la com maior afinco. Mas isso enseja levantar a questão sobre projeto de lei complementar que alterou a forma de pagamento dos usuários do IPE Saúde. E quando o governo encaminhou esta proposta veio junto que esse projeto melhoraria a condição econômico-financeira do IPE Saúde — disse Vargas.
Mudanças adiadas em 30 dias
O IPE Saúde decidiu adiar o início da vigência do novo modelo de remuneração de hospitais credenciados. A informação foi fornecida à reportagem de GZH pelo diretor-presidente do IPE Saúde, Paulo Afonso Oppermann, no início da tarde desta terça.
A nova tabela remuneratória entraria em vigor a partir de sexta-feira (1º). O novo mecanismo, segundo parte dos hospitais credenciados, tornaria inviável a manutenção do vínculo com o IPE Saúde. Em entrevista à Rádio Gaúcha, nesta terça, o diretor-geral da Santa Casa de Porto Alegre, Júlio Matos, afirmou que 20 hospitais suspenderiam os atendimentos de pacientes desse plano.