O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, anunciou nesta segunda-feira (19), que deverá cortar em R$ 3 milhões mensais a verba em saúde na Capital, diante da redução de repasses por parte do governo do RS. A prefeitura tem como pleito a reformulação do programa Assistir, da administração estadual.
De acordo com Melo, os cortes irão ocorrer na ala dos queimados do Hospital de Pronto Socorro (HPS) e na realização do teste do pezinho no Hospital Presidente Vargas (HPV). No caso do HPS, haverá o fechamento de seis dos dez leitos do setor - serão mantidos apenas os leitos que recebem aporte de verbas do governo estadual e federal. Já os testes do pezinho ficarão restritos aos recém-nascidos em Porto Alegre.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), atualmente, de cada cem exames do tipo realizados no Hospital Presidente Vargas, 90 pertencem a bebês nascidos no interior do Estado.
— Nós atendemos Porto Alegre e também muitos serviços do interior do Rio Grande do Sul, dos quais não tem cobertura. No HPS, por exemplo, o custo é muito alto e só na ala de queimados 70% dos pacientes são do interior. Então, se o Assistir não for revisto, eu vou atender os queimados só de Porto Alegre. Eu espero que ocorra a revisão, mas se não acontecer, a partir de 1º março faremos estes cortes — afirmou Sebastião Melo.
Conforme a SMS, desde a última reformulação do programa Assistir, divulgada em janeiro, a perda mensal de recursos no Hospital de Pronto Socorro é de cerca de R$ 18 milhões. Já o Hospital Presidente Vargas registra um déficit mensal de cerca de R$ 2 milhões.
— Não iremos deixar os atuais pacientes do HPS desassistidos, mas, a partir do momento que as altas forem acontecendo, vamos fechando os leitos. Já em relação ao teste do pezinho, iremos comunicar a Secretaria da Saúde para buscar o centro que possa fazer o exame — revelou o Secretário Municipal de Saúde, Fernando Ritter.
GZH entrou em contato com a SES que informou que será dado um retorno aos munícipios após todas as reuniões com as prefeituras e hospitais que tiveram reduções de repasse serem concluídas. No entanto, estes encontros ainda estão ocorrendo. A pasta confirmou ainda que reuniões já foram realizadas com a prefeitura de Porto Alegre para debater o tema.