Homens que fazem uso de medicamentos para a disfunção erétil, como o Viagra, podem ter menos risco de desenvolver Alzheimer. É isso que sugere um estudo publicado pelo periódico Neurology no início do mês. Mas é preciso encarar a descoberta com cautela. Isso porque os próprios pesquisadores levantam outras hipóteses que explicam os resultados.
No estudo, ao longo de cinco anos, 260 mil homens sem problemas de memória e comprovadamente com disfunção erétil receberam 21 a 50 prescrições de comprimidos do medicamento e apresentaram um risco 44% menos de ter Alzheimer. As informações são do site Canaltech.
Apesar dos resultados promissores no público masculino, os cientistas querem fazer novos ensaios clínicos para entender se os efeitos do Viagra são realmente capazes de prevenir a doença.
Além disso, ainda é preciso expandir o estudo ao público feminino. Como o remédio usado originalmente para disfunção erétil, ele ainda precisa ser testado em mulheres. Também por isso, no momento, ele não é considerado uma evidência no combate à doença.
Possíveis explicações para o resultado
Atuando através de inibidores PDE5, o Viagra relaxa veias e artérias permitindo maior fluidez sanguínea e por isso, os cientistas acreditam na melhoria do fluxo de sangue no cérebro, protegendo contra o Alzheimer.
Outra teoria dos estudiosos sugere a presença de cGMP, composto que poderia ser protetor das células cerebrais.
Mas há, ainda, uma terceira via de explicação e nessa o medicamento não é exatamente o responsável. Nesse caso, é apontado que homens mais ativos física e sexualmente - que tendem a buscar a medicação - têm naturalmente menor risco de desenvolver Alzheimer.
O objetivo de levar o estudo ao público feminino é saber se a proteína PDE5, capaz de melhorar a fluidez do sangue em todo o corpo, funciona da mesma forma como acredita-se que ocorre com homens.