O Rio Grande do Sul vive uma epidemia de dengue desde o início de 2024 e, em apenas seis semanas, já confirmou 3.193 casos. Esse total é 12 vezes maior do que em 2023, quando no mesmo período foram registrados 263 pacientes com a doença no Estado. Além disso, nos últimos 10 anos, nunca houve uma soma tão alta de casos no início do ano. Até agora, foram três mortes confirmadas no Estado — 75 em todo o Brasil.
Conforme os dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES RS), a macrorregião Norte é a que possui a maior quantidade de casos confirmados. Ao todo, somente em 2024, já são 2.047 pacientes que testaram positivo para a doença, na região. Isso representa quase 65% dos casos do Estado.
Já a macrorregião menos afetada é a Sul, onde, até o momento, oito casos foram confirmados em 2024. São quatro de Pelotas, três de Rio Grande e um de Jaguarão. Até o momento, 145 municípios do Estado já registraram casos de dengue neste ano.
Confira quantidade de casos por macrorregião, em 2024:
- Norte - 2.047
- Metropolitana - 652
- Missioneira - 365
- Centro-oeste - 52
- Vales - 35
- Serra - 34
- Sul - 8
Dados
O cálculo da taxa de incidência de dengue nos municípios é feito a partir das notificações, menos o valor dos casos desconsiderados, dividido pelo número de habitantes no município e multiplicado por 100 mil. No Painel de Casos de Dengue RS, a SES RS utiliza como base a estimativa populacional de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE). Já no mapa apresentado acima foi optado por calcular com o valor da estimativa correspondente de cada ano, até 2021, e de 2022 em diante foi utilizado o número de habitantes apresentado no último Censo.
A taxa de incidência é utilizada pela SES para emitir o comunicado de risco e guiar as ações nos municípios. A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do RS e doutora em Ciências Médicas, Roberta Vanacor, explica porque o cálculo utiliza as notificações e não somente o número de casos confirmados:
— A taxa de incidência é baseada em casos prováveis, que são aqueles casos que estão em estudo ainda, com os confirmados para gente passar uma percepção mais real de risco no município. O processo de investigação epidemiológica é dinâmico, o caso provável pode ser confirmado ou descartado.