A stylist Letícia Cazarré, esposa do ator Juliano Cazarré, revelou em entrevista à Revista Caras, que recebeu um diagnóstico de burnout pouco antes de descobrir a gestação do sexto bebê do casal. Recentemente incluído na lista de doenças relacionadas ao trabalho do Ministério da Saúde, a síndrome de burnout é classificada como um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico.
Também conhecida como síndrome do esgotamento profissional, a principal causa da condição é o excesso de trabalho. Segundo o Ministério da Saúde, a síndrome é comum em profissionais com trabalhos que envolvem pressão e responsabilidades constantes, como médicos, enfermeiros, professores, policiais e jornalistas. Trabalhadores que recebem desafios ou projetos muito difíceis também podem apresentar sintomas.
— É interessante porque o trabalho doméstico e a maternidade, ainda que não remunerados, vem sendo reconhecidos como trabalho com consequências que também podem resultar em esgotamento e estresse. Acho que o diagnóstico no caso da Letícia Cazarré propõe uma ampliação do contexto da síndrome e uma reflexão importante em sintonia com a valorização do trabalho doméstico e de cuidado do filhos — afirma a psicóloga e psicanalista Katiane Silva.
Consideram-se seis causas principais para o burnout: sobrecarga de trabalho (acompanhada de falta de recursos para desempenhá-lo e tarefas para as quais não se tem competência, o que pode gerar angústia, ansiedade e estresse crônico); falta de controle (muita responsabilidade e pouca autonomia para tomar decisões); recompensas insuficientes (remuneração, retorno positivo de chefias); ruptura na comunidade (falta de apoio e confiança e conflitos na equipe); falta de justiça (determinado funcionário é promovido não por ser o mais qualificado, mas por manter laços de amizade com o superior, situação que gera desinteresse e desmotivação); conflitos de valor (um vendedor de seguros que abomina o produto que comercializa, uma atividade que faça a pessoa sentir que está sendo antiética etc.).
Sintomas e diagnóstico
Apesar de ser um distúrbio emocional, os principais sinais da síndrome de burnout também envolvem dores físicas, como na cabeça ou no estômago. O Ministério da Saúde afirma que os sintomas costumam surgir de forma leve, podendo ficar mais intensos com o passar dos dias. Ainda, é comum que os pacientes acreditem que seja algo passageiro ou confundam os sinais com outras condições de saúde.
Os sintomas de burnout são:
- Cansaço excessivo, físico e mental
- Dor de cabeça frequente
- Alterações no apetite
- Insônia
- Dificuldades de concentração
- Sentimentos de fracasso e insegurança
- Negatividade constante
- Sentimentos de derrota e desesperança
- Sentimentos de incompetência
- Alterações repentinas de humor
- Isolamento
- Fadiga
- Pressão alta
- Dores musculares
- Problemas gastrointestinais
- Alteração nos batimentos cardíacos
A repetição ou longa duração desses sintomas pode indicar um sinal de alerta para a síndrome de burnout. O diagnóstico deve ser feito por um psiquiatra e um psicólogo após a análise clínica do paciente.
Tratamento
O tratamento para essa condição é feito com psicoterapia, mas também pode envolver a ajuda de medicamentos, como antidepressivos e ansiolíticos. Em alguns casos, os pacientes podem ser afastados das suas atividades laborais para descansar e aguardar o alívio dos sintomas.
O Ministério da Saúde orienta a prática de atividades físicas e exercícios de relaxamento para melhora dos casos de burnout. "Após diagnóstico médico, é fortemente recomendado que a pessoa tire férias e desenvolva atividades de lazer com pessoas próximas - amigos, familiares, cônjuges, etc", sugere a pasta.
*Produção: Yasmim Girardi