O Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana, restringiu o atendimento na emergência. Segundo a Fundação Universitária de Cardiologia (FUC), a restrição é desde a última segunda-feira (2). No entanto, a prefeitura alega que a situação de limitação de atendimento persiste desde o mês de junho.
A instituição está recebendo apenas pacientes classificados com quadros urgentes e que chegam através do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O motivo é a redução da equipe médica. Na quarta-feira (4) eram 29 pacientes adultos aguardando atendimento para 20 leitos.
A restrição fez aumentar a procura por atendimento nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) do município. Segundo a secretária municipal de Saúde, Bianca Breier, a demanda aumentou em 30% durante o mês de agosto.
— Pelas reuniões que eu participo com os outros secretários aqui da região, nós também identificamos aumento na demanda de pacientes que estão procurando as UPAs de Gravataí e também a UPA da Assis Brasil (em Porto Alegre). Então, isso está ocasionando uma questão de aumento de demanda generalizada aqui para toda a região. Não é só para Cachoeirinha — explica.
A secretária de Saúde também afirmou que no mês de setembro todas as cirurgias ginecológicas de pacientes do município foram canceladas. O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) alertou que a obstetrícia no hospital está com risco de fechar em breve.
Em maio, a prefeitura solicitou uma mudança na gestão do hospital. A situação é considerada alarmante.
— Sabemos que a Secretaria Estadual de Saúde (SES) está tentando resolver essa situação, mas o que eu já posso dizer que é até uma calamidade. Porque, na verdade, Cachoeirinha é uma cidade com 136 mil habitantes, com um único hospital e que está com atendimento restrito — analisa a secretária.
A SES emitiu uma nota informando que "os repasses contratados junto ao Instituto estão em dia, e em valores suficientes para manter o atendimento das instituições hospitalares". Conforme a Secretaria, os hospitais de Alvorada e Cachoeirinha estão "em processo de transição para mudança de gestão".