O centro obstétrico do Hospital Padre Jeremias, em Cachoeirinha, pode fechar. O alerta foi confirmado nesta quinta-feira (19) pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers). O local atende também pacientes de outras cidades da Região Metropolitana.
Conforme o Simers, há atrasos nos salários dos médicos. Na terça-feira (17) o sindicato enviou notificações para a Secretaria de Estado da Saúde (SES), a Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC) e as diretorias Técnica e Clínica do Hospital Padre Jeremias informando sobre a implementação do protocolo de fechamento temporário da maternidade da instituição de saúde. O motivo do ofício é a ausência de anestesiologistas na escala de trabalho diária.
— O procedimento de segurança visa organizar a realocação de gestantes e o encaminhamento das mesmas para outras instituições de saúde — explica o vice-presidente do Simers, Marcelo Matias.
Segundo o sindicato, o centro obstétrico opera em um sistema de "abre e fecha". Na última segunda-feira, um anestesista foi acionada três horas antes do plantão. Para o final de semana, o Simers alerta que não há plantonista e há grande chance da maternidade estar fechada.
A direção do Hospital Padre Jeremias informa que em média 90 partos são realizados por mês no local. Em nota (confira abaixo na íntegra), a gestão afirma que a falta de anestesistas não chegou a se concretizar, e o atendimento seguiu. Quanto às dificuldades financeiras, a direção do hospital e o Governo do Estado dizem estar buscando soluções.
O hospital alega que "o desequilíbrio financeiro é decorrente do aumento dos custos desproporcionais aos valores repassados no contrato atual, e não há atrasos por parte da Secretaria Estadual da Saúde". Sobre os atrasos dos médicos que trabalham por empresas terceirizadas, a instituição confirma que a situação realmente existe e está sendo tratada como prioridade pela direção.
Também foram notificadas as Prefeituras de Alvorada e Cachoeirinha, Ministério Público do RS e Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers).
Já a Secretaria Estadual da Saúde afirmou que o atendimento para gestantes está garantido através de unidades móveis que ficam do lado de fora do hospital. Em casos graves, as gestantes poderão ser encaminhadas para hospitais de municípios de referência como Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul, de acordo com o plano de contingência. A Secretaria Municipal de Cachoeirinha informa que o atendimento da maternidade do hospital está normal na tarde desta quinta-feira.
Nota na íntegra da Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC):
A direção do Hospital Padre Jeremias informa que são realizados em média 90 partos por mês. Não chegou a se concretizar a falta de anestesistas e o atendimento seguiu.
Em relação às dificuldades financeiras, a direção do hospital e o Governo do Estado estão buscando soluções. Reiteramos que o desequilíbrio financeiro é decorrente do acréscimo dos custos desproporcional aos valores repassados no contrato atual. Não há atrasos da Secretaria Estadual da Saúde. Há um crescente aumento do custo dos insumos e, em especial, das remunerações dos prestadores de serviço, sem o respectivo equilíbrio na contratação.
Sobre os atrasos dos médicos que atuam por empresas terceirizadas, o atraso realmente existe e está sendo tratado como prioridade para a direção.