A septicemia, também chamada de sepse ou infecção generalizada, é uma infecção que configura emergência médica e requer tratamento imediato. No final de semana, o ator Stenio Garcia, 91 anos, foi internado em um hospital, no Rio de Janeiro, em função de um quadro de septicemia aguda causado por uma bactéria.
Nos casos de sepse, cada hora é importante e essencial para que se inicie o tratamento adequado, impedindo a progressão para situações de maior gravidade. Trata-se de uma das causas mais frequentes de morte nos hospitais.
Mais conhecida do grande público como infecção generalizada, a septicemia é a resposta do organismo a uma agressão provocada por um agente infeccioso — bactéria, vírus ou fungo. Sepse não é doença, mas uma síndrome. Pneumonia pode piorar e virar sepse. Infecção urinária também. Os sinais específicos, como escarro purulento ou urina de cheiro forte, dependem de onde está o foco da infecção.
— Em termos gerais, além dos sintomas locais, o paciente pode ter febre, dificuldade para respirar, aumento da frequência dos batimentos cardíacos. A inflamação em decorrência da infecção causa alterações em funções de órgãos — explicou o médico intensivista Fernando Suparregui Dias, em entrevista a GZH em 2022.
Para que se caracterize a sepse, deve haver alteração em pelo menos um de seis sistemas orgânicos: neurológico, cardiovascular, respiratório, renal, hematológico e hepático. A avaliação especializada considera diversas variáveis do estado do doente.
— Quando a resposta é intensa o suficiente para comprometer de maneira significativa o sistema cardiovascular, a pressão baixa. E quando baixa e não conseguimos fazer com que volte, precisando de medicamentos para que suba, aí temos o choque séptico. O ideal é que o paciente vá para a UTI antes da queda da pressão — acrescenta o intensivista.
O que é septicemia ou sepse
Resposta do organismo a uma agressão provocada por agente infeccioso (bactéria, vírus, fungo). Qualquer pessoa pode desenvolver sepse, mas há grupos mais vulneráveis.
Pacientes sob maior risco
Prematuros, bebês de até um ano, idosos a partir de 65 anos, pacientes com câncer, HIV ou que se submetem a tratamentos que enfraquecem o sistema de defesa do organismo, doentes crônicos (insuficiência cardíaca, insuficiência renal, diabetes), doentes internados usando antibióticos, cateteres ou sondas.
Diagnóstico
Não há sintomas específicos, mas deve procurar serviço médico com urgência quem estiver com uma infecção e apresentar febre (acima de 38ºC), aceleração dos batimentos cardíacos, respiração mais rápida, fraqueza intensa, tremores e tontura, além de pelo menos um sinal de gravidade, como pressão baixa, diminuição da quantidade de urina (passar muito tempo sem urinar), falta de ar, sonolência excessiva, confusão mental e fala arrastada (principalmente em idosos). Na pele, equimoses (extravasamento de sangue que forma manchas roxas), manchas escuras ou palidez também são sinais que demandam atenção
Quadros que podem evoluir para sepse
Pneumonia, infecções abdominais e infecção urinária, em apresentações leves ou graves. Quanto menor o tempo passado com a infecção, menor o risco de que se estabeleça a sepse.
Tratamento
As primeiras horas são fundamentais. Devem ser administrados os antibióticos adequados, conforme avaliação médica e resultados de exames.
Fonte: Global Sepsis Alliance e Ministério da Saúde
Números no mundo
- Estima-se a ocorrência de 47 milhões a 50 milhões de casos de sepse por ano
- 40% dos casos são de crianças menores de cinco anos
- Pelo menos 11 milhões de pacientes não sobrevivem
- Uma a cada cinco mortes está associada à sepse
- Até 50% dos sobreviventes de sepse sofrem com complicações físicas e/ou psicológicas de longo prazo
- 80% dos casos de sepse ocorrem fora do hospital
Fonte: Global Sepsis Alliance