Uma cirurgia contra artrite realizada na mão de uma idosa, à época com 65 anos, foi o ponto de partida para a Medicina começar a entender as razões da escocesa não sentir dor ou medo. Com o avançar dos estudos, soube-se que as células dela agem para se recuperar mais rápido do que o normal. As células dela podem ser curadas de 20 a 30% mais rápido que o habitual. As informações são da BBC.
A história teve início em 2013, quando Jo Cameron foi alertada do doloroso processo de recuperação pelo qual passaria após a cirurgia. O espanto maior foi dos médicos, surpresos com a rápida melhora da mulher, sem uso de qualquer medicação para dor, algo incomum a esse tipo de procedimento.
Após encaminhamento ao setor genético, ainda em 2013, amostras do tecido e sangue da escocesa foram levadas para a University College London (UCL) e à Universidade de Oxford, ambas no Reino Unido.
Em 2019, uma primeira conclusão mostrou há uma mutação no gene FAAH-OUT em Cameron, o que a faz não sentir dor ou medo. Quatro anos depois, a novidade está na compreensão do papel de cada gene na falta de sensibilidade a dor e quais a ajudam a se recuperar de maneira mais veloz.
Os cientistas descobriram que a mutação FAAH-OUT "reduz" a expressão do gene FAAH, ligado à dor, ao humor e à memória. Além disso, a mutação também causa uma redução na produção da enzima FAAH. Na idosa o conjunto de mudanças em seu DNA provocam a cura física mais rápida que o comum. Até o momento, a ciência considera Cameron "única", já que não há registro de ninguém com a mesma condição.
As conclusões dessa parte da pesquisa tornarão possíveis estudos mais detalhados sobre medicamentos para a dor. Outros remédios e terapias ligados à saúde mental e cura de feridas poderão ser desenvolvidos graças ao que foi descoberto com o caso.