Após fechar o setor de traumato-ortopedia e afirmar que os próximos dois meses serão decisivos para o futuro do Hospital de Viamão, a Fundação Universitária de Cardiologia (FUC) garantiu que o local não irá fechar. A declaração foi dada pelo presidente da FUC, Marne Gomes, em reunião realizada nesta terça-feira (9) na Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Os serviços do Hospital de Viamão têm sofrido restrições em função de dificuldades financeiras. Os atendimentos de traumato-ortopedia foram encerrados em março porque a FUC, administradora do hospital, não tinha mais condições de pagar a equipe. Em entrevista à GZH em abril, o diretor-executivo do hospital, Leandro Santos, explicou o cenário delicado.
— O recurso recebido não cobre os custos para a prestação de serviços. Essa diferença vem acumulando um déficit que foi coberto por muito tempo pelo Instituto de Cardiologia. Nesse momento, o déficit tem um valor que nós não estamos mais conseguindo manter os serviços — comentou.
Entre outras autoridades, o encontro na SES reuniu a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, o prefeito de Viamão, Nilton Magalhães, e o deputado estadual Valdir Bonatto, ex-prefeito da cidade. A secretária sugeriu que o hospital se habilite para ofertar novos serviços e, assim, possa obter mais recursos.
A SES repassa R$ 4.622.589,41 por mês à instituição. O valor, no entanto, é considerado insuficiente pelo Instituto de Cardiologia. Quanto aos serviços de traumato-ortopedia, a SES informa que Porto Alegre é a referência para os moradores de Viamão, como ocorre para as cidades de Alvorada, Triunfo, Barra do Ribeiro, Guaíba e Eldorado do Sul.
— Nosso papel é garantir acesso, mas nem sempre é possível no território. Não existe um financiamento de serviços diferenciado para um hospital — disse a secretária.
O presidente da FUC afirmou que buscará soluções para o hospital:
— A nossa pretensão é manter o hospital e fazer o possível para não ter o déficit que vem apresentando e, se possível, ampliar os serviços.